OBJETIVOS: Detectar a real prevalência de hipertensão arterial sistêmica em Campo Grande, MS, e fatores freqüentes. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra randomizada da população adulta da cidade de Campo Grande, MS, num total de 892 pessoas. Foi aplicado questionário sobre idade, sexo, escolaridade, tabagismo, etilismo, aspectos sobre o tratamento. Foram colhidos dados antropométricos (peso e altura). Segundo a OMS, foi considerado peso normal: IMC<25 kg/m²; sobrepeso: 25>IMC<30; obeso: IMC> 30. Os critérios para hipertensão foram baseados no VII Joint, com valores de corte de Pressão Arterial de 140 x 90 mmHg. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão foi de 41,4%, variando conforme idade (até 29 anos: 11,8%; 30-39: 24,8%; 40-49: 43,3%; 50-59: 42,4%; 60-69: 48,6% e > 70: 62,3%). Houve maior prevalência nos homens (51,8%), enquanto nas mulheres foi de 33,1%. As pessoas com formação escolar de 1º grau primário tendem a apresentar maiores índices pressóricos. Nos indivíduos com sobrepeso e obesidade, observou-se maior prevalência de pressão elevada: IMC normal (27,9%), sobrepeso (45,6%) e obesidade (58,6%). A partir dos 60 anos existe um maior porcentual de hipertensão sistólica isolada, representado por 16,4% (60-69 anos) e de 24,6% (>70 anos). Etilismo diário ou semanal também está relacionado a maior incidência, respectivamente, de 63,2% e 47,2%. Apenas 59,7% eram sabidamente hipertensos. Das pessoas que apresentaram hipertensão, 57,3% fazem algum tratamento. Dos que fazem tratamento regularmente, 60,5% apresentaram hipertensão. CONCLUSÃO: A prevalência de hipertensão foi de 41,4%, ultrapassando a média detectada em alguns trabalhos, alertando para piora epidemiológica e repercussões cardiovasculares, o que evidencia necessidade de maior investimento público no que tange ao esclarecimento e instrução desses grupos populacionais quanto à prevenção.
OBJECTIVES: To detect the actual prevalence of systemic hypertension in the city of Campo Grande, MS, Brazil, and frequent factors. METHODS: Cross-sectional study with a randomized sample of the adult population of the city of Campo Grande, MS, in a total of 892 individuals. A questionnaire on age, gender, level of education, smoking, alcohol consumption, and aspects of the treatment was applied. Anthropometric data (weight and height) were collected. According to the WHO, a BMI<25 kg/m² was considered normal weight; 25>BMI<30 overweight; and BMI> 30 obesity. Criteria for hypertension were based on the JNC VII report, with blood pressure cut-off values of 140 x 90 mmHg. RESULTS: The prevalence of hypertension was 41.4%, varying with age (up to 29 years: 11.8%; 30-39: 24.8%; 40-49: 43.3%; 50-59: 42.4%; 60-69: 48.6% and > 70: 62.3%). A higher prevalence was observed among men (51.8%), whereas among women the prevalence was 33.1%.Individuals with basic level of education tended to present higher rates. Among overweight and obese individuals, a higher prevalence of hypertension was observed: normal BMI (27.9%), overweight (45.6%) and obesity (58.6%). Above 60 years of age, a higher percentage of isolated systolic hypertension was observed, with 16.4% (60-69 years) and 24.6% (>70 years). Daily or weekly alcohol consumption was also related to a higher incidence, of 63.2% and 47.2%, respectively. Only 59.7% were known to be hypertensive. Of the hypertensive individuals, 57.3% were undergoing some type of treatment. Of those undergoing regular treatment, 60.5% presented hypertension. CONCLUSION: The prevalence of hypertension was 41.4%, therefore higher than the average verified in some studies. This calls the attention for worsened epidemiologic conditions and cardiovascular repercussions, thus showing the need for higher public investment on education and orientation of these population groups as regards prevention.