INTRODUÇÃO: Neste estudo os autores avaliaram retrospectivamente 22 pacientes tratados cirurgicamente com diagnóstico de epilepsia refratária e tumor cerebral de crescimento lento. OBJETIVOS: Avaliar os aspectos clínicos, eletrofisiológicos, cirúrgicos e histopatológicos. PACIENTES E RESULTADOS: A maioria dos tumores estava localizada no lobo temporal (n = 20) com envolvimento da substância cinzenta. Ganglioglioma foi o tumor mais frequente (n = 9), seguido do astrocitoma grau I e II OMS (n = 6), tumor neuroepitelial disembrioplástico (DNET) (n = 5) e ganglioneuroma (n = 2). O comportamento biológico dos tumores foi estritamente indolente como indicado pela longa história pré-operatória de (média, 14 anos). O tempo de acompanhamento pós-operatório médio foi de 27 meses e de acordo com a Classificacão de Engel, 85% ficaram sem crises (Classe I), 10% obtiveram redução maior de 90% das crises (Classe II), e 5% tiveram redução menor que 75% (Classe III). CONCLUSÃO: Os dados indicam que neoplasias associadas à epilepsia crônica refratária constituem um grupo de tumores com características clinico-patológicas distintas que se iniciam em pacientes jovens, envolvem o córtex e apresentam comportamento biológico indolente. A ressecção cirúrgica completa destes tumores, incluindo a zona epileptogênica, levou ao controle total das crises na maior parte dos casos estudados.
INTRODUCTION: In this study the authors review the outcomes of 22 patients with medically refractory epilepsy and slow growth brain tumors. OBJECTIVES: Evaluate the clinical, electrophysiological, operative, and histopathological features. PATIENTS AND RESULTS: The majority of the tumors were located in the temporal lobe (n = 20) and involved the cortical gray matter. The most frequent tumors were gangliogliomas (n = 9), astrocytomas grade I and II (n = 6), dysembryoplastic neuroepithelial tumors (n = 5) and ganglioneuroma (n = 2). The biological behavior of the tumors was strikingly indolent, as indicated by a long preoperative history of chronic seizures (mean, 14 years). Mean follow-up time after resection was 27 months, and according to Engel’s classification, 85% were seizure-free, 10% showed a reduction of seizure frequency of at least 90%, and 5% had reduction in seizure frequency at least 75%. CONCLUSION: The data indicate that neoplasms associated with pharmacoresistent epilepsy constitute a distinct clinicopathological group of tumors that arise in young patients, involve the cortex, and exhibit indolent biological behavior for many years. Complete surgical removal of these tumors, including the epileptogenic area, can achieve excellent seizure control.