Resumo: Analisou-se a autoavaliação da saúde bucal da população adulta brasileira segundo a posição socioeconômica (região de residência, escolaridade, renda e classe social), explorando as variáveis com maior sensibilidade para medir tal associação. Estudaram-se 59.758 indivíduos com 18 anos ou mais de idade, que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, um inquérito domiciliar de base populacional. A autoavaliação da saúde bucal (dentes e gengivas) foi analisada como positiva, regular e negativa. Com base na regressão logística multinomial, estimaram-se odds ratio (OR) brutos e ajustados e os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). Foram calculados os percentuais de concordância e o valor de kappa para comparar os valores obtidos pelos modelos de regressão e os valores esperados. A prevalência da autoavaliação da saúde bucal positiva foi 67,4%, 26,7% para regular e 5,9% para negativa. Após ajuste, a chance de autoavaliar a saúde bucal como negativa foi significativamente mais elevada entre os indivíduos com renda domiciliar per capita de até um salário mínimo (OR = 4,71; IC95%: 2,84-7,83), sem nível de escolaridade completo (OR = 3,28; IC95%: 2,34-4,61), da classe social destituídos de ativos (OR = 3,03; IC95%: 2,12-4,32) e residentes na Região Nordeste (OR = 1,50; IC95%: 1,19-1,89). Diversos indicadores de posição socioeconômica influenciam a percepção sobre a saúde bucal, mas a renda domiciliar per capita, a escolaridade e a classe social foram as responsáveis pelo maior gradiente na autoavaliação da saúde bucal de adultos no Brasil em 2013.
Abstract: The study analyzed self-rated oral health in the Brazilian adult population according to socioeconomic status (region of residence, schooling, income, and social class), exploring the variables with the greatest sensitivity to measure the association. The study sample included 59,758 individuals 18 years or older who participated in the Brazilian National Health Survey in 2013, a population-based household survey. Self-rated oral health (teeth and gums) was analyzed as positive, fair, or negative. Multinomial logistic regression was used to estimate crude and adjusted odds ratios (OR) and respective 95% confidence intervals (95%CI). Percentage of agreement and kappa values were calculated to compare the values obtained with the regression models and the expected values. Self-rated oral health was positive in 67.4%, fair in 26.7%, and negative in 5.9%. After adjustment, the odds of negative self-rated health were significantly higher in individuals with per capita household income up to one minimum wage, or approximately USD 270/month (OR = 4.71; 95%CI: 2.84-7.83), without complete primary schooling (OR = 3.28; 95%CI: 2.34-4.61), in the social class devoid of assets (OR = 3.03; 95%CI: 2.12-4.32) and residents of Northeast Brazil (OR = 1.50; 95%CI: 1.19-1.89). Various indicators of socioeconomic status influence self-rated oral health, but per capita household income, schooling, and social class accounted for the largest gradient in self-rated oral health in Brazilian adults in 2013.
Resumen: Se analizó la autoevaluación de salud bucal de la población adulta brasileña según la posición socioeconómica (región de residencia, escolaridad, renta y clase social), explorando las variables con mayor sensibilidad para medir tal asociación. Se han estudiado 59.758 individuos con 18 años o más de edad, que participaron en la Encuesta Nacional de Salud 2013, una encuesta domiciliar de base poblacional. La autoevaluación de la salud bucal (dientes y encías) fue analizada como positiva, regular y negativa. Através de la regresión logística multinomial, se estimaron odds ratio (OR) brutos y ajustados y los respectivos intervalos con 95% de confianza (IC95%). Se calcularon los porcentajes de concordancia y el valor de kappa para comparar los valores obtenidos por los modelos de regresión y los valores esperados. La prevalencia de la autoevaluación de salud bucal positiva fue 67,4%, 26,7% para regular y 5,9% para negativa. Después del ajuste, la posibilidad de autoevaluar la salud bucal como negativa fue significativamente más elevada entre los individuos con ingresos domiciliarios per cápita de hasta un salario mínimo (OR = 4,71, IC95%: 2,84-7,83), sin niveles de escolaridad completa (OR = 3,28; IC95%: 2,34-4,61), de la clase social desposeídos de activos (OR = 3,03; IC95%: 2,12-4,32) y residentes de la región Nordeste (OR = 1,50; IC95%: 1,19-1,89). Diversos indicadores de posición socioeconómica influencian la percepción sobre la salud bucal, pero la renta domiciliar per cápita, la escolaridad y la clase social fueron los responsables del mayor gradiente en la autoevaluación de salud bucal de adultos en Brasil en 2013.