O objetivo deste estudo foi analisar a associação entre as taxas de incidência da sífilis gestacional e da sífilis congênita e a cobertura de pré-natal no período de 2007 a 2017 no Estado da Bahia, Brasil. Trata-se de um estudo ecológico e longitudinal, cujas unidades de análise foram os municípios do Estado da Bahia. Foram utilizados dados secundários, obtidos nas bases de dados dos Sistemas de Informação em Saúde. A análise da associação entre as taxas de incidência e a cobertura do pré-natal foi realizada por meio de dados em painel, utilizando o modelo fixo com resposta binomial negativa, controlada pelas variáveis socioeconômica, demográfica e de tempo. Nas análises multivariadas, a cobertura de pré-natal apresentou associação positiva estatisticamente significante com a taxa de incidência de sífilis gestacional, mas não foi observada associação com a taxa de incidência de sífilis congênita. Tendo como referência o grupo de municípios com cobertura pré-natal < 45%, a taxa de incidência de sífilis gestacional aumentou em 22% e 25%, respectivamente nos municípios com cobertura de pré-natal entre 45%-64,9% (RR = 1,22; IC95%: 1,11-1,33) e ≥ 65% (RR = 1,25; IC95%: 1,10-1,43). Os achados do estudo indicam que, embora a ampliação da cobertura de atenção pré-natal nos municípios baianos tenha contribuído para a melhoria da detecção dos casos de sífilis gestacional, não houve impacto na redução da taxa de incidência de sífilis congênita. A assistência pré-natal prestada apresenta limitações, que devem ser alvo de intervenções que promovam a prevenção e o bloqueio da transmissão vertical da sífilis.
This study aimed to analyze the association between incidence rates for gestational and congenital syphilis and coverage of prenatal care from 2007 to 2017 in the State of Bahia, Brazil. This was an ecological and longitudinal study in which the units of analysis were the municipalities (counties) of the State of Bahia. Secondary data were used, obtained from the databases of the Health Information Systems. Analysis of the association between the incidence rates and prenatal coverage was performed with panel datal, using the fixed model with negative binomial response, controlled for socioeconomic, demographic, and temporal variables. In the multivariate analyses, prenatal coverage showed a statistically significant positive association with gestational syphilis incidence rate, but no association was found with congenital syphilis the incidence rate. Using municipalities with prenatal coverage < 45% as the reference group, the gestational syphilis incidence rate increased by 22% and 25%, respectively, in municipalities with prenatal coverage of 45%-64.9% (RR = 1.22; 95%CI: 1.11-1.33) and ≥ 65% (RR = 1.25; 95%CI: 1.10-1.43). The findings indicate that although the expansion of prenatal coverage in municipalities in Bahia has helped improve the detection of gestational syphilis, it did not impact the congenital syphilis incidence rate. Prenatal care as provided suffers limitations that should be the target of interventions to prevent and block vertical syphilis transmission.
El objetivo de este estudio fue analizar la asociación entre las tasas de incidencia de la sífilis gestacional y de la sífilis congénita con la cobertura prenatal, en el período de 2007 a 2017, en el Estado de Bahía, Brasil. Se trata de un estudio ecológico y longitudinal, cuyas unidades de análisis fueron los municipios del Estado de Bahía. Se utilizaron datos secundarios, obtenidos en las bases de datos de los Sistemas de Información en Salud. El análisis de la asociación entre las tasas de incidencia y la cobertura del cuidado prenatal se realizada mediante datos en panel, utilizando el modelo fijo con respuesta binomial negativa, controlada por las variables socioeconómica, demográfica y de tiempo. En los análisis multivariados, la cobertura prenatal presentó una asociación positiva, estadísticamente significante con la tasa de incidencia de sífilis gestacional, pero no se observó una asociación con la tasa de incidencia de sífilis congénita. Teniendo como referencia el grupo de municipios con cobertura prenatal < 45%, la tasa de incidencia de sífilis gestacional aumentó en un 22% y 25% respectivamente, en los municipios con cobertura prenatal entre 45%-64,9% (RR = 1,22; IC95%: 1,11-1,33) e ≥ 65% (RR = 1,25; IC95%: 1,10-1,43). Los resultados del estudio indican que, a pesar de que la ampliación de la cobertura de atención prenatal en los municipios bahianos haya contribuido a la mejoría de la detección de los casos de sífilis gestacional, no presentó un impacto en la reducción de la tasa de incidencia de sífilis congénita. La asistencia prenatal prestada presenta limitaciones, que deben ser objetivo de intervenciones que promuevan la prevención y el bloqueo de la transmisión vertical de la sífilis.