RACIONAL: A fibrose hepática é caracterizada por um aumento progressivo na quantidade do tecido conjuntivo hepático, que é formado pelo aumento na deposição de componentes da matriz extracelular, tendo sido encontrada grande quantidade desses componentes no fígado de pacientes com esquistossomose mansoni. A laminina e o colágeno tipo IV têm sido investigados em várias doenças hepáticas, mas seu papel na esquistossomose ainda não está esclarecido. OBJETIVOS: Avaliar a fibrose hepática na esquistossomose mansoni através da determinação sérica de laminina e colágeno tipo IV, considerados marcadores séricos de fibrose hepática. PACIENTES E MÉTODOS: Foram incluídos 82 indivíduos, sendo 18 indivíduos normais, como controle e 64 pacientes com esquistossomose mansoni, em suas diferentes formas clínicas: intestinal (grupo I), hepatointestinal (grupo II), hepatoesplênica compensada (grupo III) e hepatoesplênica descompensada (grupo IV). Os níveis séricos de laminina e colágeno tipo IV foram determinados por método imunoenzimático sanduíche. RESULTADOS: Os valores médios de colágeno tipo IV e laminina estiveram significativamente aumentados em pacientes com esquistossomose, quando comparados com os controles. Em relação às formas clínicas, os níveis séricos de colágeno tipo IV estiveram significativamente aumentados nos grupos II e IV, em relação aos controles e entre as formas hepatoesplênica descompensada e intestinal. Os níveis séricos de laminina estiveram significativamente aumentados nos grupos II, III e IV e entre o grupo IV e II. Não foi encontrada correlação entre os valores médios de colágeno tipo IV e laminina com o grau de espessamento periportal, detectado por ultra-sonografia. Foi encontrada correlação positiva entre colágeno tipo IV e laminina nos grupos II e IV. CONCLUSÕES: Os resultados mostram que existe aumento de produção de colágeno tipo IV e laminina na esquistossomose mansoni, surgindo altos níveis desde as fases iniciais do envolvimento hepático da doença, até as formas mais avançadas, sugerindo ser um útil fator para detecção de progressão da doença.
BACKGROUND: Fibrosis is the process of excessive deposition of collagen and other extra cellular matrix components and large amounts of these components have been shown in periovular schistosomal granulomas, especially in the liver. Laminin and type IV collagen have been investigated in various hepatic disorders but their accuracy in fibrosis detection and in the evaluation of its progression in schistosomiasis have not been fully explained. AIM: To measure the serum levels of two markers of fibrosis, laminin and type IV collagen in schistosomiasis. PATIENTS AND METHODS: Sixty-four patients with different clinical forms of schistosomiasis mansoni: intestinal (group I), hepatointestinal (group II), compensated (group III) and decompensated hepatosplenic (group IV) and 18 healthy volunteers were included. RESULTS: Serum type IV collagen and laminin levels were significantly increased in patients compared to controls. At about clinical forms, serum type IV collagen was increased in groups II and IV, compared to controls and was significantly higher in group IV than in group I. Serum laminin was significantly increased in groups II, III and IV and was significantly higher in group IV than in group II. Serum type IV collagen was closely correlated with serum laminin in groups II and IV. CONCLUSIONS: Connective tissue marker levels did not correlate with periportal thickness. In schistosomiasis mansoni there is an increase of type IV collagen and laminin levels at the initial stage of the disease, as well as in advanced forms. We also suggest that these markers may be a useful predictor of disease progression.