Resumo O artigo trata da relação entre o tempo, no cuidado em saúde, e a sociedade onde o mesmo se dá. Cuidado como uma clínica comprometida com a integralidade do processo saúde-doença e com a autonomia dos sujeitos, e que ocorre no encontro intercessor. Trata de duas dimensões do tempo do cuidado: o cronos ou duração entre dois eventos, que guia as intervenções em saúde com prazos e metas para o controle dos resultados; e a temporalidade aiôn, dos acontecimentos. Examina-se tais dimensões na sociedade do desempenho ou do cansaço, e a possibilidade de se privilegiar nela as interrupções, o “não fazer” contemplativo e o entre temporal. A partir das proposições de um movimento social e de um neologismo verbal, propõe-se o acontecimento “ralentar o cuidado” (slow care), ou seja, construir estratégias para a gestão tanto dos vários tempos cronos que atravessam o cuidado, como abrir-se aos acontecimentos e às interferências que estes produzem, enquanto ressonâncias, sutilezas, pequenas mudanças (aiôn). Por fim, aponta-se a redução de danos como uma estratégia para se ralentar o cuidado.
Abstract This article deals with the relationship between time, in health care, and the society where it takes place. Care as a clinic committed to the integrality of the health-disease process and to the autonomy of the subjects, which takes place in the intercessory encounters. It deals with two dimensions of care time: the chronos or duration between two events, which guides health interventions with deadlines and goals to control the results; and the aiôn temporality of events. Such dimensions are examined in the society of performance or weariness, and the possibility of privileging interruptions, the contemplative “not doing” and the temporal in-between. Based on the propositions of a social movement and a verbal neologism, “slow care” is proposed as the construction of strategies for managing either the various chronological times that cross the health care, and the opening of oneself to events and the interferences they produce, as resonances, subtleties, small changes (aiôn). Finally, harm reduction is pointed out as a strategy of slow care.
Resumen Este artículo aborda la relación entre el tiempo, en el cuidado de la salud y la sociedad donde se desarrolla. El cuidado como clínica comprometida con la integralidad del proceso salud-enfermedad y la autonomía de los sujetos, y que se desarrolla en el encuentro intercesor. Se trata de dos dimensiones del tiempo de atención: el cronos o duración entre dos eventos, que orienta las intervenciones en salud con plazos y metas para controlar los resultados; y la temporalidad aiôn, de los acontecimientos. Estas dimensiones se examinan en la sociedad del desempeño o del cansancio, y la posibilidad de privilegiar las interrupciones, el “no hacer” contemplativo y los intermedios temporales. A partir de propuestas de un movimiento social y de un neologismo verbal, se propone el evento “cuidado lento”, es decir, construir estrategias para gestionar tanto los diversos cronos que abarcan el cuidado, como abrirse a los eventos y las interferencias que estos producen, como resonancias, sutilezas, pequeños cambios (aiôn). Finalmente, se destaca la reducción de daños como una estrategia para ralentizar la atención.