Com o objetivo de avaliar a influência da anemia e desnutrição materna sobre o peso ao nascer, estudou-se uma amostra de 691 gestantes atendidas em maternidade exclusivamente assistencial do Município de São Paulo, SP (Brasil). Encontrou-se, no final da gestação, 29,2% de gestantes anêmicas e 17,2% de desnutridas, não tendo sido verificada associação entre essas duas deficiências nutricionais. O papel favorável do serviço de assistência pré-natal no controle do estado nutricional da mulher não foi verificado, tendo sido observado que a anemia e desnutrição não estão associadas à assistência pré-natal. A incidência de baixo peso ao nascer (BPN) entre filhos de parturientes desnutridas foi 23,6%, valor significativamente diferente (p<0,005) do encontrado entre mulheres não desnutridas no final da gestação - 10,8%. Comparando mulheres que iniciaram o processo gravídico desnutridas e que não se recuperaram com aquelas que se recuperaram, verifica-se risco relativo 2,8 vezes maior de conceptos com BPN entre as primeiras. Os resultados encontrados permitem ressaltar a necessidade de implementação nos programas de atendimento à gestante, de atividades relacionadas ao controle do estado nutricional da mulher.
With a view to evaluating the effect of anemia and maternal undernourishment on birth weight, a sample of 691 pregnant women, from an assistential maternity hospital, in S.Paulo, Brazil, were studied at delivery. Anemia was found in 29.1 % and undernourishment in 17.2% of the women, though no association was detected between these nutritional deficiences. Neither was any association detected between institutional ante-natal care and anemia or undernourishment. Among single newborns the incidence of low birth weight (LBW) was of 12.9%. LBW was observed in 23.6% of children born to women who came to the end of their pregnancy with a low weight for height ratios while among adequate weight for height women the percentage was 10.8. Children of women who remained undernourished throughout their pregnancy had a relative risk of being born with LBW 2.8 times grater than the children of those who recovered normal weight by the end of their pregnancy. Our results emphasize the need for implementation of nutritional status control activities in programs of ante-natal care.