RESUMO A ivermectina pertence ao grupo das avermectinas que são anti-helmínticos quimicamente relacionados, produzidos pela fermentação do Streptomyces avermitilis. A avaliação de efeitos tóxicos de um fármaco inclui a avaliação de sua toxicidade sobre o organismo materno, pois qualquer alteração metabólica que ocorra nele, reflete-se no desenvolvimento do embrião ou feto. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento da ivermectina sobre os períodos de gestação e lactação em ratos. Foram utilizadas 70 ratas albinas divididas em sete grupos, cada um constituído por 10 animais, recebendo dosagens que variaram de 0,5 mg/kg a 10 mg/kg de ivermectina via oral. Os animais foram tratados durante 36 dias, com administração do medicamento a cada 3 dias, totalizando 13 doses. Os animais do grupo controle receberam apenas o veículo (água destilada) da ivermectina, no mesmo período. Os animais foram acasalados e após a detecção da prenhez, foram tratados com ivermectina ou veículo, nas doses correspondentes a cada grupo, durante toda a gestação e até o 15º dia da lactação. Ao nascimento, os neonatos foram contados, pesados e analisados quanto à existência de defeitos congênitos e mortalidade. Nossos resultados revelaram que a ivermectina, não causou mortalidade, dificuldade do desenvolvimento locomotor ou retardo no aparecimento de pêlos (9º dia), na erupção dos dentes (12º dia) e na abertura dos olhos (15º dia) dos neonatos. Com estes resultados podemos concluir que, os tratamentos com ivermectina nos períodos da gestação e lactação, não revelaram aparecimento de defeitos congênitos, mortalidade, alterações significativas no número da prole, porém mostrou diferenças estatísticas com relação ao peso corporal dos neonatos.
ABSTRACT Ivermectin belongs to the group of the avermectins, which are anthelmintic substances produced by Streptomyces avermitilis fermentation. The evaluation of toxic effects by drugs includes their toxicity on the maternal organism, where any metabolic alterations can reflect on the development of the embryo. The aim of this study was to evaluate the effects of treatment by ivermectin on pregnancy and lactation periods of rats. We used 70 rats divided in 7 groups with 10 animals each that received different dosages of ivermectin, which varied from 0.5 mg/kg to 10 mg/kg, by oral route. The animals were treated for 36 days, with administration of the medicine every 3 days, totaling 13 administrations for each animal. The control animals received only distilled water (the vehicle of the ivermectin) during the same period. The animals were mated and after the detection of the pregnancy, treated with ivermectin or vehicle, in the corresponding doses for each group, during the entire gestation period and until the 15th postnatal day. The newborns were counted, weighed and analyzed for the existence or not of congenital defects and mortality. The results demonstrated that the treatment with ivermectin was not associated with the presence of congenital defects, significant mortality, or alterations in the number of newborns. However, it was associated with significant alterations in weight gain during the lactation period.