Resumo Objetivo: Avaliar critérios de identificação de lesão no nervo fibular comum (NFC) por ressonância magnética (RM) em pacientes com lesão aguda e subaguda no canto posterolateral (CPL) e avaliar a reprodutibilidade na identificação de alterações do NFC. Materiais e Métodos: Foram incluídos, retrospectivamente, 38 pacientes consecutivos submetidos a RM e com diagnóstico de lesão aguda ou subaguda no CPL do joelho, constituindo o grupo de pacientes. Outros 38 pacientes com RM normal foram utilizados como grupo controle. Dois radiologistas musculoesqueléticos (A e B) analisaram as imagens. A lesão neural foi classificada em neuropraxia, axoniotmese ou neurotmese. Foi medida a intensidade do sinal no NFC, no nervo tibial (NT) e em uma veia superficial (VS), e calculadas as razões de sinal NFC/NT e NFC/VS. Estruturas do CPL, incluindo tendão poplíteo, ligamento arqueado, ligamento colateral lateral e tendão do bíceps, foram classificadas como normal, rotura parcial ou rotura completa. Os ligamentos cruzados também foram avaliados segundo os mesmos critérios. O teste kappa foi utilizado para avaliar a concordância interobservador para as classificações semiquantitativas. Curva ROC foi utilizada para análise quantitativa. Resultados: O radiologista A encontrou alterações no NFC em 15 casos (39,4%): 8 neuropraxias, 7 axoniotmeses e nenhuma neurotmese. O radiologista B encontrou alterações no NFC em 14 casos (36,8%): 9 neuropraxias, 5 axoniotmeses e nenhuma neurotmese. O teste kappa mostrou alta concordância interobservador. No grupo controle, a razão NFC/NT variou entre 0,63-1,1 e a razão NFC/VS variou entre 0,16-0,41. Para o grupo de pacientes, a razão NFC/NT variou entre 1,30-4,02 e a razão NFC/VS variou entre 0,27-1,08. A análise com curva ROC demonstrou alta especificidade (93,3%) com relação à razão NFC/NT, usando um valor de corte de 1,39. Houve boa especificidade (81,3%) para a razão NFC/VS usando um valor de corte de 0,41. Conclusão: As alterações do NFC são detectadas com frequência nas lesões do CPL nas imagens de RM, com concordância interobservadores quase perfeita. Usando as razões de intensidade de sinal entre o NFC e o NT e entre o NFC e a VS, aumenta a confiança no diagnóstico. Recomendamos a análise sistemática do NFC nos casos de lesão do CPL.
Abstract Objective: To evaluate qualitative and quantitative magnetic resonance imaging (MRI) criteria for injury of the common peroneal nerve (CPN) in patients with acute or subacute injuries in the posterolateral corner (PLC) of the knee, as well as to evaluate the reproducibility of MRI evaluation of CPN alterations. Materials and Methods: This was a retrospective study of 38 consecutive patients submitted to MRI and diagnosed with acute or subacute injury to the PLC of the knee (patient group) and 38 patients with normal MRI results (control group). Two musculoskeletal radiologists (designated radiologist A and radiologist B, respectively) evaluated the images. Nerve injury was classified as neurapraxia, axonotmesis, or neurotmesis. Signal strength was measured at the CPN, the tibial nerve (TN), and a superficial vein (SV). The CPN/TN and CPN/SV signal ratios were calculated. The status of each PLC structure, including the popliteal tendon, arcuate ligament, lateral collateral ligament, and biceps tendon, was classified as normal, partially torn, or completely torn, as was that of the cruciate ligaments. For the semiquantitative analysis of interobserver agreement, the kappa statistic was calculated, whereas a receiver operating characteristic (ROC) curve was used for the quantitative analysis. Results: In the patient group, radiologist A found CPN abnormalities in 15 cases (39.4%)-neurapraxia in eight and axonotmesis in seven-whereas radiologist B found CPN abnormalities in 14 (36.8%)-neurapraxia in nine and axonotmesis in five. The kappa statistic showed excellent interobserver agreement. In the control group, the CPN/TN signal ratio ranged from 0.63 to 1.1 and the CPN/SV signal ratio ranged from 0.16 to 0.41, compared with 1.30-4.02 and 0.27-1.08, respectively, in the patient group. The ROC curve analysis demonstrated that the CPN/TN signal ratio at a cutoff value of 1.39 had high (93.3%) specificity for the identification of nerve damage, compared with 81.3% for the CPN/SV signal ratio at a cutoff value of 0.41. Conclusion: CPN alterations are common in patients with PLC injury detected on MRI, and the level of interobserver agreement for such alterations was excellent. Calculating the CPN/TN and CPN/SV signal ratios may increase diagnostic confidence. We recommend systematic analysis of the CPN in cases of PLC injury.