A complicação mais freqüentemente encontrada na dolicoectasia vertebrobasilar (DVB) é a compressão de estruturas adjacentes às artérias vertebrais e à artéria basilar. Uma DVB gigante apenas com sintomas compressivos leves é infreqüente. Nesse caso, o diagnóstico pode ser descoberto ao acaso após uma isquemia da circulação posterior, outra complicação possível da DVB. Relatamos o caso de uma mulher de 48 anos com história de zumbido e perda auditiva leve a direita por 2 meses, desenvolvendo, a seguir, uma isquemia cerebelar. A tomografia e a ressonância magnética demonstraram uma compressão acentuada do tronco cerebral devido a uma artéria basilar (AB) ectásica, tortuosa e preenchida parcialmente por trombo. O maior diâmetro axial da AB tinha 18 mm. A paciente apresentou boa recuperação funcional dentro dos primeiros dois meses após a isquemia, com escore de Rankin modificado (ERM)=2. Após um ano, a paciente ainda mantinha as queixas de zumbido e perda auditiva leve à direita, e o ERM ainda se mantinha=2. Chamamos a atenção para um caso raro de DVB gigante que causou impressionante compressão do tronco cerebral, com deslocamento de importantes estruturas, numa paciente oligossintomática. O diagnóstico só foi realizado após a ocorrência da isquemia. Apesar da boa recuperação funcional inicialmente observada, a presença de alterações ateroscleróticas e o grande diâmetro da AB podem indicar um prognóstico ruim. Contudo, após um ano a paciente ainda se mantinha oligossintomática.
The most frequently diagnosed complication of vertebrobasilar dolichoectasia (VBD) is the compression of structures adjacent to the vertebral and basilar arteries. A giant VBD with only slight compressive symptoms is unusual. In this setting, the diagnosis of VBD may be casually revealed after the occurrence of a posterior circulation stroke, another potential complication. We report a 48-year-old woman who presented a two-month history of continuous buzz and a slight right-sided hearing loss that was followed by a cerebellar ischemic stroke. Brain CT and MRI revealed a marked compression of the brainstem due to an ectatic, tortuous and partially thrombosed basilar artery (BA). The largest cross-sectional diameter of BA was 18 mm. The patient had a good functional recovery within the two-month follow-up after stroke with modified Rankin scale score (mRSS)=2. At the one-year follow-up, patient still kept the complaints of continuous buzz, slight right-sided hearing loss and the mRSS was the same. We call attention for an unusual giant VBD that caused an impressive brainstem compression with displacement of important structures in an oligosymptomatic patient. Diagnosis was made only after the occurrence of a stroke. Despite of the good functional recovery after stroke, the presence of significant atherosclerotic changes and the large BA diameter may indicate a poor outcome. However, after one year, she remains oligosymptomatic.