O American College of Sports Medicine (ACSM) sugere equações para estimativa do gasto metabólico da caminhada e da corrida, concebidas a partir de pressupostos: 1) que o indivíduo esteja executando uma atividade em estado de equilíbrio e 2) que o consumo de oxigênio (VO2) tem relação linear com a intensidade do trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar a validade concorrente dessas equações metabólicas em homens regularmente ativos entre 20 e 30 anos de idade, tendo como medida critério a espirometria (TEEM-100, AeroSport). Participaram deste estudo 36 homens jovens e ativos. No primeiro dia, os voluntários executaram um teste máximo de exercício na esteira (ATL 10200, Inbrasport). Os indivíduos completaram um trabalho padronizado de 30 minutos com seis diferentes estágios de caminhada e corrida (80,4; 120,6 e 160,8m.min-1) com (5%) e sem inclinação, 48 a 96h após o teste máximo. Além da estatística descritiva, utilizaram-se a correlação linear de Pearson, o coeficiente de determinação, a ANOVA com um fator e o teste t pareado, com o nível de significância estabelecido em 0,05. Todos os procedimentos foram realizados no pacote estatístico SPSS. Os resultados apontaram para a superestimação do VO2 em ambas as atividades (p < 0,05), sobretudo na corrida, com exceção para 80,4 e 120,6m.min-1, sem inclinação (diferença média de -30 a 20% para caminhada e de 3,2 a 12% para corrida). Os valores de erro padrão de estimativa (EPE) variaram entre 1,56 e 3,15ml O2.kg-1.min-1 e em torno de 3,5ml O2.kg-1.min-1, para caminhada e corrida, respectivamente. A correlação foi maior que 0,7 para todos os estágios. Contudo, seguindo os critérios estabelecidos por Lohman (1992), as equações não foram validadas. Dessa forma, em homens ativos, o EPE deverá ser considerado, pois as equações metabólicas propostas pelo ACSM superestimam os valores de VO2.
The American College of Sports Medicine (ACSM) has proposed equations for estimating metabolic cost of walking and running, which were based on two conditions: 1. that the subject is performing a steady state exercise, and 2. that the oxygen consumption (VO2) has a linear relationship with the workload. The purpose of this study was to verify the concurrent validity of these equations among men, aged 20 to 30 years and who were regularly active, using the spirometry as a criterion measure (AeroSport TEEM-100 gas analyzer). The sample was composed of 36 men. On day 1, they performed a maximal exercise test on a treadmill (ATL 10200, INBRASPORT). The subjects completed a standard 6-stage protocol with different speeds (80.4, 120.6 and 160.8 m.min-1) and grades (0 and 5%), 48 to 96 hours after maximal test. Besides descriptive statistics, other procedures included Pearson's linear correlation, the coefficient of determination, one-way ANOVA and paired t-Student test with level of significance established at 0.05. The analyses were performed with the SPSS package. The results showed that there was VO2 overestimation for both activities (p < 0.05), especially for running, except at 80.4 and 120.6 m.min-1, with no inclination (mean difference from -30 to 20% for walking and 3.2 to 12% for running). The standard error of the estimate (SEE) varied between 1.56 and 3.15 ml O2.kg-1.min-1 and around 3.5 ml O2.kg-1.min-1, for walking and running, respectively. Correlation coefficients were greater than 0.7 for all stages. However, according to Lohman's criteria (1992), the equations were not validated. Therefore, among young men, SEE should be taken into account, due to the fact that the ACSM equations for walking and running overestimate VO2 values.