Resumo Explora-se como os homens, diante de suspeita ou diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), apreendem as informações sobre elas e como tal apreensão se articula com seus itinerários terapêuticos. O estudo é parte de pesquisa sobre acesso de homens a diagnóstico e tratamento de DSTs (exceto HIV/aids) e envolveu 18 entrevistas individuais em profundidade, com pacientes em seguimento em serviços de saúde, e quatro grupos focais, com trabalhadores do ramo de serviços. Todos acessaram informações sobre DSTs por meio de palestras e campanhas, sobretudo sobre aids. As informações assumem significados distintos, na ausência de sinais/sintomas e na vigência da DST: o sentimento de invulnerabilidade cede espaço para dúvidas, temores e vergonha. O sigilo propiciado pela internet a torna importante fonte de informações quando da suspeita/diagnóstico de DST, mas seu conteúdo reproduz o discurso biomédico, não fornecendo respostas que aplaquem julgamentos morais e o estigma das DSTs. Os homens elegem o médico como principal referência de cuidado, justificando a persistência na peregrinação que fizeram para obter atendimento. Aliada à oferta de serviços, parece oportuno que as informações transitem para uma comunicação em saúde que dialogue com as necessidades da população e que a inclusão digital seja sinônimo de cidadania digital.
Abstract This paper aims to explore how men, in the presence of suspect or diagnosis, can assimilate information about sexually transmitted diseases (STD) and how this comprehension can integrate with their therapeutic itineraries. This study is part of a larger research about the access to diagnosis and treatment of STD (excluding HIV/Aids). It involved 18 individual in-depth interviews with men attending in health services, and four focus groups with service workers. All participants have access to information on STD by lectures and campaigns, especially about Aids. Information has different meanings when there is lack of signs/symptoms or when there is the presence of STD's: feeling of invulnerability or doubts, fears and shame, respectively. The secrecy that internet can provide became a prime source of information when there is a suspicion/diagnosis of STD, but this information can reproduce the biomedical discourses, and do not give answers able to mitigate moral judgments and STD's stigma. Men choose the doctor as the mainly way of treatment and care, which justifies the persistence to look for health care services. Besides the range of services, it seems seasonable that information follows health communication, according to the population's needs, and digital inclusion can be synonymous with digital citizenship.