RESUMO Introdução: A queilite actínica é uma lesão inflamatória com potencial de transformação maligna e desenvolvimento associado à exposição solar excessiva. Objetivo: Avaliar a prevalência de queilite actínica em um grupo de agricultores, bem como a percepção e conhecimento desse grupo sobre a lesão. Métodos: O estudo observacional de levantamento epidemiológico envolveu uma população de agricultores de uma região do sertão brasileiro. A amostra foi obtida por acessibilidade a essa população, e alcançou-se o total de 219 agricultores. Além do exame físico intraoral, utilizou-se um questionário estruturado para coleta dos dados. Resultados: A queilite actínica foi diagnosticada em 30,6% dos agricultores examinados. A lesão foi encontrada com maior frequência no sexo masculino (86,6%), com mais de 60 anos (64,2%) e leucodermas (58,2%). A maioria dos indivíduos com queilite actínica se expunham à radiação solar por mais de 30 anos (65,7%), por mais de 6h por dia (73,1%) e não se protegiam adequadamente (94%). Sexo, idade, escolaridade, hábito de beber e tempo de exposição solar tiveram uma correlação estatisticamente significante com a presença da queilite actínica (p<0,05). Verificou-se que 76,1% dos participantes não notavam sinais e 61,2% não percebiam sintomas da lesão. O conhecimento sobre queilite actínica foi baixo para 97% dos indivíduos com lesão. Conclusões: Os resultados demonstraram alta prevalência de queilite actínica, além de uma baixa percepção e conhecimento sobre esta lesão, o que indica a necessidade de realização de ações de educação em saúde.
ABSTRACT Introduction: Actinic cheilitis is an inflammatory, potentially malignant lesion associated with excessive sun exposure. Objective: To evaluate the prevalence of actinic cheilitis in a group of farmers, as well as the perception and knowledge of that group about this lesion. Methods: The observational epidemiological study included Brazilian semi-arid region farmers. The sample was obtained for accessibility to this population and a total of 219 farmers was reached. A structured questionnaire was used to collect the data in addition to the intraoral physical examination. Results: Actinic cheilitis was diagnosed in 30.6% of the examined farmers. The lesion was found more frequently in males (86.6%), older than 60 years (64.2%), and leukoderma (58.2%). Most individuals with actinic cheilitis were exposed to solar radiation for more than 30 years (65.7%), for more than 6 hours a day (73.1%), and did not adequately protect themselves (94%). Sex, age, education level, drinking habits, and time of sun exposure had a statistically significant correlation with the presence of actinic cheilitis (p <0.05). It was found that 76.1% of the participants did not notice signs and 61.2% did not perceive symptoms of this injury. Knowledge about actinic cheilitis was low for 97% of individuals with the lesion. Conclusions: The results showed a high prevalence of actinic cheilitis, in addition to low perception and knowledge about it, which indicates the need for health education actions.
RESUMEN Introducción: La queilitis actínica es una lesión inflamatoria con potencial de transformación maligna y desarrollo asociado con la exposición excesiva al sol. Objetivo: Evaluar la prevalencia de queilitis actínica en un grupo de agricultores brasileños y la percepción y conocimiento que estos tienen sobre la lesión. Métodos: Estudio observacional epidemiológico. Incluyó una población de agricultores de una región rural brasileña. La muestra, constituida por 219 agricultores, se obtuvo por accesibilidad a esta población. Además del examen físico intraoral, se utilizó un cuestionario estructurado para recopilar los datos. Resultados: Se diagnosticó queilitis actínica en el 30,6 % de los agricultores examinados. La lesión se encontró con mayor frecuencia en hombres (86,6 %), mayores de 60 años (64,2 %) y leucodermos (58,2 %). La mayoría de las personas con queilitis actínica estuvieron expuestas a la radiación solar durante más de 30 años (65,7 %), más de seis horas al día (73,1 %) que no se protegieron adecuadamente (94 %). El género, la edad, el nivel de educación, los hábitos de bebida y el tiempo de exposición al sol tuvieron una correlación estadísticamente significativa con la presencia de queilitis actínica (p < 0,05). Se encontró que el 76,1 % de los participantes no notó signos y el 61,2 % no percibió síntomas de la lesión. El conocimiento sobre la queilitis actínica fue bajo para el 97 % de las personas con lesiones. Conclusión: Los resultados mostraron una alta prevalencia de queilitis actínica, además de una baja percepción y conocimiento al respecto de esta lesión, lo que indica la necesidad de acciones de educación para la salud.