Resumo O presente artigo aborda as construções performáticas de gênero de delegadas de polícia atuantes no estado do Rio de Janeiro. A partir da utilização da Cartografia como método de pesquisa, acompanhamos percursos, conexões e processos de construção de feminilidades, acionadas e performadas por nossas entrevistadas para constituírem um local de respeito e destaque dentro e fora da Instituição, usando a beleza como ferramenta estética e discursiva de poder, a partir da classe performática DeleGata. Foram realizadas entrevistas de manejo cartográfico com nove delegadas lotadas no estado do Rio de Janeiro, com idades entre 30 e 59 anos. Embora a polícia valorize historicamente ideários reconhecidos como masculinos, como força e virilidade, as performatividades de gênero operadas pelas delegadas permitem uma feminilização da polícia. A figura/enunciação da DeleGata, que constrói uma imagem da mulher delegada, fazendo supor uma unidade, significa a produção de sujeitos políticos, assim como ideias e valores que atingem um padrão comunicativo e performático, visibilizando certa mulher que ornamenta - com sua beleza - e que surpreende - com sua inteligência - ao mesmo tempo. Assim, a DeleGata coloca em ação extremos aparentemente antagônicos: beleza-inteligência, sensualidade-poder, feminilidade-força e produzem um regime social e simbólico de produção de corpos e feminilidades. Janeiro pesquisa percursos feminilidades Instituição poder 3 5 anos masculinos virilidade figuraenunciação figura enunciação delegada unidade políticos performático tempo Assim antagônicos belezainteligência, belezainteligência inteligência, beleza-inteligência sensualidadepoder, sensualidadepoder sensualidade sensualidade-poder feminilidadeforça feminilidade
Abstract This article discusses the performative gender constructions of female police chiefs working in Rio de Janeiro state. Using cartography as a research method, we follow the paths, connections, and construction of femininities, activated and performed by our respondents to establish a place of respect and prominence within and outside the Institution, using beauty as an aesthetic and discursive power tool based on the DeleGata performative class. Cartographic interviews were conducted with nine female police chiefs in Rio de Janeiro state aged 30 to 59. Although the police have historically valued recognized masculine ideals, such as strength and virility, the gender performativities operated by female police chiefs allow for police feminization. The figure/enunciation of DeleGata, who builds an image of the female police chief, implying a unity, signifies producing political subjects, ideas, and values that reach a communicative and performative standard, making visible some woman who adorns - with her beauty - and simultaneously surprises - with her intelligence. The DeleGata thus brings into play apparently antagonistic extremes: beauty-intelligence, sensuality-power, femininity-strength, producing a social and symbolic regimen for the production of bodies and femininities. method paths connections femininities Institution class 3 59 ideals virility feminization figureenunciation figure enunciation chief unity subjects ideas standard intelligence extremes beautyintelligence, beautyintelligence intelligence, beauty-intelligence sensualitypower, sensualitypower sensuality power, sensuality-power femininitystrength, femininitystrength femininity strength, femininity-strength 5