Objetivo: verificar a prevalência de anemia, anemia ferropriva e deficiência de ferro em lactentes, de unidade pública de saúde, no município de Goiânia, Brasil, analisar e correlacionar as variáveis bioquímicas e hematológicas. Métodos: realizou-se estudo transversal. De 120 mães entrevistadas, foram incluídos 110 lactentes de 6 a 12 meses de idade, a termo e não gemelares. Dados socioeconômicos e hematológicos foram obtidos. Colheu-se sangue venoso dos lactentes em jejum para realização do hemograma completo por contagem eletrônica, ferro sérico, ferritina sérica e proteína C-reativa, os quais foram utilizados na avaliação da etiologia ferropriva nos anêmicos. Crianças com hemoglobina < 11g/dl foram consideradas anêmicas. Resultados: a prevalência de anemia observada foi de 60,9%. Ao se considerar no diagnóstico da etiologia ferropriva nos lactentes sem processo inflamatório, a alteração da hemoglobina mais dois índices entre volume corpuscular médio (VCM), ou hemoglobina corpuscular média (HCM), ou ferritina, ou ferro sérico, a prevalência de etiologia ferropriva foi de 87%. Porém, ao se incluir nos índices a amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW), a prevalência foi de 97,8%. Nos não anêmicos, considerando a ferritina e o RDW, observou-se 28% de prevalência de deficiência de ferro. As melhores correlações entre as variáveis hematológicas e bioquímicas foram hemoglobina e hematócrito (r = 0,946), e HCM com o VCM (r = 0,950). Conclusão: A principal etiologia da anemia nos lactentes foi a ferropriva, cuja prevalência variou com os diferentes parâmetros utilizados e critérios adotados.
Objective: To verify the prevalence of anemia, iron deficiency anemia and iron deficiency in infants, at a Public Health Unit in the city of Goiânia - Brazil; to analyze and to correlate the hematologic and biochemical variables. Methods: A cross-sectional study was carried out. One hundred and ten full-term infants of the 120 mothers interviewed were included. The infants aged between six and twelve months and there were not twins. Socioeconomic and hematologic data was obtained. Venous blood was taken from fasting infants in order to carry out a complete hemogram through electronic cell counting, serum iron, serum ferritin and C-reactive protein, which were used in the evaluation of the etiology of iron deficiency in the anemic infants. Children with hemoglobin < 11g/dL were considered anemic. Results: The prevalence of anemia was 60.9%. In the diagnosis of the iron deficiency etiology in infants without an inflammation process, when considering the alteration of hemoglobin plus two more indices among mean corpuscular volume (MCV) or mean corpuscular hemoglobin (MCH) or serum ferritin or serum iron, the prevalence of the iron deficiency was 87%. Nevertheless, when red cell distribution width (RDW) was included in the indices, the prevalence was 97.8%. In the non-anemic infants, considering ferritin and RDW, the prevalence of iron deficiency observed was 28%. The best correlation among hematologic and biochemical variables were between hemoglobin and hematocrit (r = 0.946), and MCH with MCV (r = 0.950). Conclusions: The main etiology in infants was iron deficiency anemia and its prevalence varied according to different parameters and criteria.