RESUMEN Casi 20 años después del lanzamiento de la iniciativa "América libre de humo" de la Organización Panamericana de la Salud en el año 2001, en diciembre del 2020, América del Sur se convirtió en la primera subregión de la Región de las Américas en lograr que 100% de los entornos sean libres de humo, en consonancia con el Artículo 8 del Convenio Marco para el Control del Tabaco de la Organización Mundial de la Salud (CMCT). Algunos de países de la subregión adoptaron medidas legales más sólidas e incluyeron en su legislación la prohibición de fumar en lugares al aire libre concretos (como Argentina y Uruguay) o de introducir nuevos productos de nicotina y tabaco en su alcance jurídico (como Ecuador y Paraguay). Los diez países tomaron diferentes caminos para adoptar esta medida de salud pública, ya fuera mediante disposiciones ejecutivas, legislativas o una combinación de ambas. Algunos países, como Argentina, Brasil y Venezuela, empezaron a nivel subnacional y luego, de un modo similar al del resto de países, pasaron al nivel nacional. Para lograr este hito fue crucial un contexto adecuado: una amplia ratificación del CMCT y la relevancia dada al derecho humano a la salud, los esfuerzos de la sociedad civil, los compromisos asumidos por los órganos intergubernamentales, los medios y las estrategias de comunicación, y el progreso de la evidencia científica. Los países se enfrentaron a obstáculos, entre ellos la conocida interferencia de la industria tabacalera, que entre otras estrategias empleó el uso de litigios; sin embargo, distintos tribunales y jueces respaldaron medidas legales integrales de ambientes libres de humo de tabaco. El proceso mediante el cual América del Sur ha logrado este objetivo representa un modelo a seguir para otras subregiones de las Región de las Américas y el mundo.
ABSTRACT Almost 20 years after the launching by the Pan American Health Organization of its “Smoke-Free Americas” initiative in 2001, in December 2020, South America became the first subregion in the Americas to accomplish 100% smoke-free environments in line with Article 8 of the World Health Organization Framework Convention on Tobacco Control (FCTC). Some of these countries adopted legal measures that are more robust than others, including in their laws specific outdoor places in the smoking ban (like Argentina and Uruguay) and/or novel nicotine and tobacco products under their scope (like Ecuador and Paraguay). The 10 countries took different paths to adopt this public health measure, either through executive or legislative measures or a combination of both. A few countries, like Argentina, Brazil, and Venezuela, started at the subnational level and then moved on to the national level, similar to the rest of the countries. For achieving this milestone, an adequate context was crucial: the broad ratification of the FCTC and the relevance given to the human right to health, civil society efforts, commitments made by intergovernmental bodies, media and communication strategies, and the development of scientific evidence. Countries faced obstacles, including the well-known interference of the tobacco industry, which among other strategies used litigation; however, courts and judges upheld comprehensive legal measures on smoke-free environments. The process by which South America achieved this milestone represents a role model for other subregions of the Americas and the world.
RESUMO Em dezembro de 2020, quase 20 anos depois do lançamento da iniciativa “Américas sem Fumo” pela Organização Pan-Americana da Saúde, em 2001, a América do Sul tornou-se a primeira sub-região das Américas a alcançar ambientes 100% livres de fumaça de tabaco, em conformidade com o Artigo 8 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (CQCT). Alguns desses países adotaram medidas legais mais robustas que outros, com a inclusão da proibição de fumar em determinados locais ao ar livre (como Argentina e Uruguai) e/ou de novos produtos de nicotina e tabaco no escopo de suas leis (como Equador e Paraguai). Os dez países seguiram caminhos diferentes ao adotarem essa medida de saúde pública, por meio de medidas executivas ou legislativas ou ainda por uma combinação de ambas. Alguns países, como Argentina, Brasil e Venezuela, começaram no âmbito subnacional e depois passaram ao âmbito nacional, de maneira semelhante aos demais países. Para alcançar esse marco, foi crucial ter um contexto adequado: a ampla ratificação da CQCT, bem como a importância dada ao direito humano à saúde, os esforços da sociedade civil, os compromissos assumidos por organismos intergovernamentais, as estratégias de mídia e comunicação e o desenvolvimento de evidências científicas. Os países enfrentaram obstáculos, incluindo a conhecida interferência da indústria do tabaco, que, entre outras estratégias, recorreu ao litígio; entretanto, os tribunais e juízes mantiveram medidas legais abrangentes sobre ambientes livres de fumo. O processo pelo qual a América do Sul alcançou esse marco constitui um exemplo para outras sub-regiões das Américas e para o mundo.