RESUMO Objetivo Realizar a avaliação psicométrica da Escala de Atitudes Alimentares Transtornadas (EAAT) para adolescentes. Métodos A amostra foi composta por 1.119 adolescentes (12-18 anos; 59,6% do sexo feminino) estudantes de escolas técnicas do estado de São Paulo, que responderam online à EAAT, ao Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) e à Escala de Restrição (RS). A consistência interna da EAAT foi avaliada usando o alpha de Cronbach e a validade convergente por meio do coeficiente de correlação de Pearson com o EAT-26 e a RS. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada usando uma subamostra de 61 adolescentes. A validade known-groups foi determinada pela comparação dos escores médios de estudantes do sexo feminino com os escores de 33 adolescentes do sexo feminino com transtornos alimentares. Resultados A consistência interna foi de 0,79, e as pontuações no EAT-26 e na RS estiveram positivamente correlacionadas com a pontuação da EAAT (EAT: 0,78 para o sexo feminino e 0,59 para o masculino, p < 0,001; RS: 0,63 para o sexo feminino e 0,48 para o masculino, p < 0,001). O escore da EAAT diferenciou estudantes e pacientes com transtornos alimentares (p < 0,001). O coeficiente de correlação intraclasse na confiabilidade teste-reteste foi de 0,87. Conclusão A versão da EAAT para adolescentes mostrou boa consistência interna, validade convergente, known-groups e confiabilidade teste-reteste, sugerindo o seu potencial na identificação de atitudes alimentares transtornadas entre adolescentes. Ela pode, portanto, ser útil na identificação de adolescentes com risco de transtornos alimentares, auxiliando em programas de prevenção.
ABSTRACT Objective To perform the psychometric evaluation of the Disordered Eating Attitude Scale (DEAS) for adolescents. Methods Sample consisted of 1,119 Brazilian adolescents (12-18 years old; 59.6% female) studying at technical schools in São Paulo state-Brazil, who answered an online survey with the DEAS, the Eating Attitude Test (EAT-26), and the Restraint Scale (RS). The internal consistency of the DEAS was assessed using Cronbach’s alpha. The convergent validity of DEAS was evaluated by means of Pearson’s coefficient correlation with EAT-26 and RS. The test-retest reliability was evaluated using a sub-sample of 61 adolescents. Known-groups validity was determined by comparing female student mean scores with scores of 33 female adolescents with eating disorders. Results The reliability of the DEAS was 0.79. EAT-26 and RS scores were positively correlated with DEAS scores (EAT: 0.78 for females and 0.59 for males, p < 0.001; RS: 0.63 for females and 0.48 for males, p < 0.001). The DEAS total and subscale scores differentiated students and patients with eating disorders (p < 0.001). The intra-class correlation coefficient for test-retest reliability was 0.87. Conclusion Results indicate that the DEAS adolescent version showed good internal consistency, convergent validity, known-groups validity, and test-retest reliability, suggesting its potential in identifying disordered eating attitudes among adolescents. It could also be helpful in identifying adolescents at risk from eating disorders, assisting in prevention programs.