Demandas específicas da prática de ballet podem representar fatores de risco para lesões musculoesqueléticas. Este estudo teve por objetivo analisar a epidemiologia das lesões típicas do ballet, com fatores associados ao histórico de lesão em bailarinos. A casuística integrou 124 participantes de ambos os sexos, procedentes de nove escolas e companhias de ballet de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Para registro de lesões, utilizou-se um inquérito de morbidade referida. Os participantes foram distribuídos em dois grupos: G1, sem lesão, e G2, com lesão. Em relação à presença de lesão, foram registrados 89 casos, sendo que 61 bailarinos (49%) relataram terem se lesionado, com registro de 1,48 casos por praticante. O G2 apresentou maior massa corporal (G1: 51±8 versus G2: 55±10 kg) e tempo de treinamento (G1: 4,0±2,0 versus G2: 5,0±4,1 anos). Houve predomínio de lesões articulares (32%) e musculares (25%) nos membros inferiores (85%), decorrentes de exercícios específicos (30%). O maior tempo semanal de prática configurou o principal fator de risco para lesão. A circunstância que mais provocou lesões foi o treino específico (49%), seguido pelo ensaio de coreografia (41%). Conclui-se que as lesões articulares em membros inferiores são as principais lesões do ballet clássico, e o tempo semanal de exposição constitui o principal fator associado a lesões no ballet clássico.
Specific overloads of ballet practice may represent risk factors for injuries. The objective of this study was to analyze the epidemiology of typical injuries of ballet, including factors associated with history of injury in ballet practitioners. Studied subjects integrated 124 dancers, of both genders, from nine ballet schools from Campo Grande, Mato Grosso do Sul State, Brazil. To obtain information about injuries, we used a morbidity survey. Participants were divided into two groups: G1 (with injuries) and G2 (without injuries). In relation to prevalence of injuries, 89 cases were registered, and 61 dancers (49%) reported damages incidence, with record of 1.48 cases per practitioner. Moreover, the G2 presented higher body weight (G1: 51±8 versus G2: 55±10 kg) and training time (G1: 4.0±2.0 versus G2: 5.0±4.1 years). With respect to injury type, joints (32%) and muscle affections (25%) were the main occurrences in the lower limbs (85%) due to specific exercises (30%). Weekly exposure time was the most important mechanism to injury installation. The more important causal circumstance to injury occurrence was constituted by specific training (49%) and choreographic performance (41%). In conclusion, evidences have showed that joint injuries in lower limbs are the main classical ballet injuries in ballet practitioners, and weekly exposure time is the most important factor associated with injuries in classical ballet.
Demandas específicas de la práctica de balé pueden representar factores de riesgo para lesiones musculoesqueleticas. Eso estudio tuvo como objetivo analizar la epidemiologia de lesiones típicas del balé, con factores asociados a la historia de lesión en bailarines. Hubo la integración de 124 participantes de los dos géneros, procedentes de nueve escuelas de balé de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Se utilizó una averiguación de morbidad referida para registrar las lesiones. Los participantes fueron distribuidos en dos grupos: G1, sin lesión, y G2, con lesión. Con relación a la presencia de lesión, se registraron 89 casos, y 61 bailarines (un 49%) reportaron lesiones con registro de 1,48 casos por practicante. El G2 presentó mayor masa corporal (G1: 51±8 versus G2: 55±10 kg) y tiempo de entrenamiento (G1: 4,0±2,0 versus G2: 5,0±4,1 años). Hubo predominancia de lesiones articulares (32%) y musculares (25%) en las extremidades inferiores (85%) originarias de ejercicios específicos (30%). El mayor tiempo semanal de práctica se configuró como el principal factor de riesgo para lesión. La circunstancia que más causó lesiones fue el entrenamiento específico (49%), seguido por el ensayo de coreografía (41%). Se concluso que las lesiones articulares en extremidades inferiores son las principales lesiones del balé clásico, y el tiempo semanal de exposición se constituye el principal factor asociado a las lesiones en el balé clásico.