Resumo Este trabalho objetivou analisar a percepção de pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida sobre o cirurgião-dentista e compreender a face estigmatizada da epidemia. Trata-se de estudo quantitativo com 67 portadores do vírus, participantes da organização não governamental “Gestos – comunicação, soropositividade e gênero” em Recife (Pernambuco, Brasil). Foram aplicados questionários sobre aspectos inerentes a questões como postura profissional, relação paciente/dentista e experiências durante atendimento odontológico. Os resultados apontaram que 31% dos pacientes não informaram ao dentista sua condição de soropositivo e, dentre aqueles que informaram, mais de 30% relataram que houve mudança na postura profissional. Ocultar do dentista a soropositividade é forma de garantir o atendimento para 57% dos entrevistados, e 27% relataram ter sido discriminados. Conclui-se que a evolução do tratamento da doença não foi capaz de dissolver o preconceito histórico e o estigma que afetam as pessoas infectadas, visto que ainda sofrem discriminação inclusive na área da saúde.
Abstract This study aimed to analyze the perception of dentists by patients with HIV/AIDS, seeking to understand the stigmatized face of the epidemic. This is a quantitative study with 67 HIV/AIDS carriers, participants of the non-governmental organization “Gestos – Comunicação, Soropositividade e Gênero” (Gestures – Seropositivity, Communication and Gender), in Recife/Pernambuco, Brazil. Questionnaires were applied on aspects inherent to professional stance, patient/dentist relationship and experiences during dental care. The results indicated that 31% of the patients did not inform the dentist about their status as seropositive and among those who reported, more than 30% reported that there was a change in the professional stance. Hiding the seropositivity from the dentist is a way of ensure care for 57% of the interviewees and 27% reported experiences of discrimination. It is concluded that the findings on HIV/AIDS have not been able to eliminate the historical prejudice and stigma that affect HIV +, seeing that there are still feelings of discrimination experienced by the carriers, including in the health care.
Resumen Este trabajo tuvo como objetivo analizar la percepción de pacientes con Síndrome de la Inmunodeficiencia Adquirida sobre el odontólogo, y comprender el costado estigmatizado de la epidemia. Se trata de un estudio cuantitativo con 67 portadores del virus, participantes de la organización no gubernamental “Gestos – comunicación, seropositividad y género”, en Recife/Pernambuco, Brasil. Se aplicaron cuestionarios sobre aspectos inherentes a cuestiones como postura profesional, relación paciente/dentista y experiencias durante consultas odontológicas. Los resultados mostraron que el 31% de los pacientes no informó al dentista su condición de seropositividad y, entre los que la informaron, más del 30% relató que hubo un cambio en la postura profesional. Ocultar al odontólogo la seropositividad es una forma de garantizar la atención para el 57% de los encuestados, y el 27% reportó experiencias de discriminación. Se concluye que la evolución del tratamiento de la enfermedad no fue capaz de disolver el prejuicio histórico y el estigma que afectan a las personas infectadas, dado que aún sufren discriminación incluso en el área de la salud.