OBJETIVO: Estimar a prevalência de dor crônica e sua associação com a situação socioeconômica, demográfica e atividade física no lazer em idosos. MÉTODOS: Este estudo é parte do inquérito epidemiológico e transversal de base populacional e domiciliar EpiFloripa Idoso 2009-2010 realizado com 1.705 idosos (≥ 60 anos), residentes em Florianópolis, Santa Catarina. A partir da resposta afirmativa de dor crônica, foram investigadas as associações com as variáveis obtidas por meio de entrevista estruturada. Realizou-se a estatística descritiva, incluindo cálculos de proporções e intervalos de confiança 95% (IC95%). Na análise bruta e ajustada, empregou-se regressão de Poisson, estimando-se as razões de prevalência, com intervalos de confiança de 95% e valores p ≤ 0,05. RESULTADOS: Dentre os idosos investigados, 29,3% (IC95% 26,5 - 32,2) relataram dor crônica. Na análise ajustada, observou-se que as variáveis sexo feminino, menor escolaridade e pior situação econômica ficaram associadas significativamente com maior prevalência de dor crônica; ser fisicamente ativo no lazer ficou associado significativamente com menor prevalência do desfecho. CONCLUSÕES: Percebe-se que a dor crônica é um agravo que acomete considerável parcela de idosos, havendo desigualdades sociais na sua frequência e sendo beneficamente afetada pela atividade física no lazer. É necessário que políticas públicas de saúde subsidiem programas multidisciplinares de controle da dor incluindo a prática regular de atividade física, voltada especificamente à promoção da saúde do idoso, evitando assim que a dor crônica comprometa a qualidade de vida desta população.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of chronic pain and its association with socioeconomic and demographic status, and leisure physical activity in the elderly population. METHODS: This study is part of an epidemiological cross-sectional population-based household survey called EpiFloripa Elderly 2009-2010, which was conducted with 1,705 elderly individuals (≥ 60 years) residents of Florianópolis, Santa Catarina. From the positive response to chronic pain, the associations with the variables were investigated through a structured interview. Descriptive statistics were conducted, including ratio calculation and 95% confidence intervals. In crude and adjusted analysis, Poisson regression was utilized, estimating prevalence ratios, with 95% confidence intervals and ≤ 0.05 p-values. RESULTS: Among the subjects, 29.3% (IC95% 26.5 - 32.2) reported chronic pain. Adjusted analysis showed that being female, having less years of schooling, and being in worse economic situation were significantly associated with a higher prevalence of chronic pain. Being physically active during leisure time was significantly associated with lower prevalence of the outcome. CONCLUSIONS: Therefore, it is clear that chronic pain affects a considerable amount of elderly individuals. Social inequalities are a harmful influence in these individuals' quality of life, inasmuch as those inequalities increase the frequency with which chronic pain afflicts them. At the same time, physical activity during leisure time decreases chronic pain frequency. It is fundamental that public health policies subsidize multidisciplinary pain management programs, which should include health targeted physical activity for the elderly, thus preventing the decrease in quality of life that chronic pain brings to this population.