O estudo objetivou estimar a prevalência de fatores de risco comportamentais para doenças cardiovasculares (DCV) e fatores associados ao seu acúmulo entre adolescentes da zona rural do Município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Estudo transversal, do tipo censo de base escolar, com amostra de 515 estudantes matriculados do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental das 21 escolas municipais rurais de Pelotas. Os fatores de risco comportamentais investigados foram: inatividade física; consumo irregular de frutas, legumes e verduras; experimentação de álcool e tabaco; e adição de sal à comida. O desfecho do estudo foi o escore de aglomeração de fatores de risco comportamentais variando de 0 a 3: nenhum fator de risco comportamental para DCV ou exposição a 1, 2 ou ≥ 3 fatores de risco comportamentais. Realizou-se regressão logística ordinal para avaliar o efeito ajustado das características individuais sobre o acúmulo de fatores de risco comportamentais, tendo como categoria de referência os indivíduos sem qualquer fator de risco. A inatividade física foi o fator de risco mais prevalente (74,8%), seguido do consumo irregular de frutas, legumes e verduras (56,2%). Aproximadamente 42% dos adolescentes apresentaram dois fatores de risco comportamentais, sendo a combinação inatividade física e consumo irregular de frutas, legumes e verduras a mais prevalente (23%). As chances de acumular dois ou mais fatores de risco comportamentais aumentou com a idade. A presença de fatores de risco comportamentais, bem como a simultaneidade destes é bastante elevada entre os adolescentes da zona rural do Município de Pelotas, evidenciando que eles estão expostos ao desenvolvimento de DCV. São necessárias intervenções preventivas de ocorrência simultânea desses fatores.
The study aimed to estimate the prevalence of behavioral risk factors for cardiovascular diseases (CVDs) and factors associated with their accumulation in adolescents from the rural area of a municipality in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil. This was a cross-sectional school-based census-type study with a sample of 515 sixth to nineth-grade schoolchildren in 21 rural public schools in Pelotas. The target behavioral risk factors were: physical inactivity; irregular consumption of fruits, vegetables, and greens; initiation to alcohol consumption and smoking; and addition of salt to foods. The study outcome was the cluster score of behavioral risk factors, varying from 0 to 3: no behavioral risk factors for CVD or exposure to 1, 2, or ≥ 3 behavioral risk factors. Ordinal logistic regression was performed to assess the effect adjusted for individual characteristics on the accumulation of behavioral risk factors, using as the reference category individuals without any risk factor. Physical inactivity was the most prevalent risk factor (74.8%), followed by irregular consumption of fruits, vegetables, and greens (56.2%). Approximately 42% of the adolescents presented two behavioral risk factors, the most prevalent combination of which was physical inactivity and irregular consumption of fruits, vegetables, and greens (23%). The odds of accumulating two or more behavioral risk factors increased with age. The presence and simultaneity of behavioral risk factors is quite high among adolescents from the rural area of Pelotas, showing that they are exposed to the development of CVD. Interventions are needed to prevent the simultaneous occurrence of these risk factors.
El objetivo del estudio fue estimar la prevalencia de factores de riesgo comportamentales para enfermedades cardiovasculares (DCV por sus siglas en portugués) y factores asociados a su acumulación entre adolescentes de la zona rural del Municipio de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Estudio transversal, tipo censo de base escolar, con muestra de 515 escolares matriculados del 6º al 9º año de Enseñanza Fundamental de las 21 escuelas municipales rurales de Pelotas. Los factores de riesgo comportamentales investigados fueron: inactividad física; consumo irregular de frutas, legumbres y verduras; experimentación de alcohol y tabaco y adición de sal a la comida. El resultado del estudio fue la puntuación de aglomeración de factores de riesgo comportamentales, variando de 0 a 3: ningún factores de riesgo comportamentales para DCV o exposición a 1, 2 o ≥ 3 factores de riesgo comportamentales. Se realizó regresión logística ordinal, para evaluar el efecto ajustado de las características individuales sobre el acúmulo de factores de riesgo comportamentales, teniendo como categoría de referencia los individuos sin cualquier factor de riesgo. La inactividad física fue el factor de riesgo más prevalente (74,8%), seguido del consumo irregular de frutas, legumbres y verduras (56,2%). Aproximadamente un 42% de los adolescentes presentaron dos factores de riesgo comportamentales, siendo la combinación inactividad física y consumo irregular de frutas, legumbres y verduras la más prevalente (23%). Las oportunidades de acumular dos o más factores de riesgo comportamentales aumentaron con la edad. La presencia de factores de riesgo comportamentales, así como la simultaneidad de estos es bastante elevada entre los adolescentes de la zona rural del Municipio de Pelotas, evidenciando que ellos están expuestos al desarrollo de DCV. Son necesarias intervenciones preventivas para la ocurrencia simultánea de estos factores.