O propósito deste artigo é relacionar o pensamento de Walter Benjamin com o universo da educação e da infância, através da noção de tempo. A infância, para Benjamin, representa a suspensão do tempo vazio e linear, em favor de um tempo "artístico", um tempo de "dias feriados". A educação, em sua forma tradicional, trabalha com a formação da criança para o tempo linear, mas a infância, em sua potência revolucionária, é a suspensão do tempo como repetição mecânica, em favor de um tempo artístico, um "tempo de agora". Com base na constelação conceitual construída por Benjamin, pretendemos pensar uma agenda voltada para o futuro da educação, onde a escola deve, então, voltar seus investimentos para o tempo intensivo, o das surpresas, o dos cortes, o do inusitado. O artigo aponta para a educação pensada como experiência de outra temporalidade - aquela que se faz num encontro intensivo entre coisas e pessoas, livre e aberto para o inédito, aberto para o radical e para o agora.
The purpose of this article is to relate the thoughts of Walter Benjamin with the universe of education and childhood through the track of time. For Benjamin, the childhood represents an interruption of the time line and the emptiness regarding an "artistic" time of "holidays". The education in its traditional form works with the education of children as a time line, but childhood in its revolutionary power is the interruption of time as a mechanical repetition in favor of an artistic time which is "a time of present". Based on this concept built by Benjamin, we can consider a schedule faced for the future of the education where the school should use its investments for full time, the time of surprises, of interruptions, and the unexpected. This paper shows the education as an experience of another time - a time for an intensive encounter among things and people free and opens for the new, and open for the radical and for the present time.
Le propos de cet article est de metre en relation la pensée de Walter Benjamin avec l'univers de l'éducation et de l'enfance à travers la notion de temps. L'enfance, pour Benjamin, représente la suspension du temps vide et linéaire, en faveur d'un temps "artistique", un temps de "jours fériés". L'éducation, dans sa forme traditionnelle, travaille à l'éducation de l'enfant pour le temps linéaire, mais l'enfance, dans sa puissance révolutionnaire, est la suspension du temps comme répétition mécanique, en faveur d'un temps artistique, un "temps de maintenant". A partir de la constellation conceptuelle construite par Benjamin, nous voulons penser un programme tourné vers le futur de l'éducation, où l'école doit, alors, orienter ses investissements pour le temps intensif, celui des surprises, celui des coupures, celui de l'inhabituel. L'article propose une éducation conçue comme expérience d'une autre temporalité - celle qui se fait dans une rencontre intensive entre choses et personnes, libre et ouverte à l'inédit, ouverte au radical et au maintenant.