OBJETIVO: Verificar o consumo da bebida café segundo a quantidade ingerida e os métodos de preparo, e sua associação com o perfil lipídico sérico de hipertensos e diabéticos. MÉTODOS: Foram coletados, por meio de entrevista, dados demográficos, de estilo de vida e de consumo alimentar, aferidas medidas antropométricas e colhido sangue para análise de perfil lipídico sérico. Análise descritiva, testes t de Student, qui-quadrado e de correlação linear de Pearson foram utilizados com 5% de probabilidade de erro experimental. RESULTADOS: Foram avaliados 182 indivíduos hipertensos e diabéticos tipo 2, consumidores de café, distribuídos em dois grupos segundo o método de preparo da bebida: à brasileira e fervido. Os grupos foram semelhantes quanto aos dados demográficos, antropométricos, de estilo de vida, de consumo alimentar e de perfil lipídico sérico. A quantidade per capita de pó utilizado no método à brasileira e no fervido foi de M=7,52, DP=4,99g e M=7,91, DP=5,87g, respectivamente. O volume ingerido e a frequência de consumo dos indivíduos do grupo à brasileira foi de M=517,3, DP=402,7mL e M=2,14, DP=1,06 vezes/dia, e para os consumidores de café fervido, M=513,4, DP=409,8mL e M=2,2, DP=0,94 vezes/dia. Não houve associação significativa entre a quantidade ingerida da bebida café e o perfil lipídico sérico. CONCLUSÃO: Não houve associação entre o consumo de café à brasileira ou fervido e o perfil lipídico sérico, possivelmente em função da quantidade consumida e/ou da diluição utilizada. Se, por um lado, os resultados não permitem desestimular o consumo da bebida na quantidade ingerida pela população estudada, como medida de prevenção cardiovascular, por outro lado autorizam concluir que há necessidade de avançar nessa linha de investigação.
OBJECTIVE: This study determined the amount of coffee consumed, the preparation methods and the association between coffee intake and the serum lipid profile of diabetics and hypertensive individuals. METHODS: Interviews were done to collect demographic and lifestyle data and food intake. Blood was collected to determine serum lipid profiles and anthropometric characteristics were measured. Descriptive analysis and the Student's t-test, chi-square test and Pearson's linear correlation were used with p£0.05 to establish statistical significance. RESULTS: A total of 182 hypertensive and type-2 diabetic individuals who consumed coffee were evaluated and categorized according to the preparation method: Brazilian or boiled. The population had similar demographics, anthropometrics, lifestyles, food habits and serum lipid profiles. The per capita amount of powder ingested when the Brazilian preparation method (uses a filter) was used compared with boiling was M=7.52, SD=4.99g and M=7.91, SD=5.87g, respectively. In both groups, those levels were obtained in accordance with the estimated daily intake volume of the drink. The volume ingested by individuals in the "Brazilian" group and intake frequency were: M=517.3, SD=402.7mL and M=2.14, SD=1.06 times/day and in the "boiled" group: M=513.4, SD=409.8mL, and M=2.2 SD=0.94 times/day. There was no significant association between coffee intake and serum lipid profile. CONCLUSION: There was no association between coffee intake and serum lipid profile in the studied population, possibly because of the amount consumed and/or dilution used. If, on the one hand, the results do not allow us to discourage consumption in the amounts consumed by the studied population as a way to prevent cardiovascular disease, on the other hand, it is clear that this line of research requires further investigation.