La peritonitis es una complicación grave de la diálisis peritoneal (DP), por lo que interesa conocer la incidencia y sensibilidad antibiótica de los gérmenes causantes. En Uruguay, desde el 1° de enero de 2004, se realiza un registro nacional de las peritonitis en DP, gérmenes, sensibilidad y evolución. Método: se analizaron los registros desde el 1° de enero de 2004 al 31 de diciembre de 2013. El registro fue aprobado por comités de ética institucionales. Resultados: en el período se registraron 850 peritonitis, con una incidencia que descendió de 0,49/paciente-año (2004-2005) a 0,37/paciente-año (2013). La incidencia de Staphylococcus aureus y Staphylococcus coagulasa negativo (SCoN) fue menor en 2009-2013 vs 2004-2005 (0,2 vs 0,12 peritonitis/paciente-año, test Poisson p<0,05). En 2009-2013: 14/54 S. aureus y 26/71 SCoN fueron meticilinorresistente, similar al período previo. El 98% de los gérmenes gramnegativos fueron sensibles a amikacina. En 145/467 (31%) episodios no se identificó germen. Se logró cura primaria en 71% de las peritonitis por grampositivos y en 45% por gramnegativos (chi2 p<0,05). En 2013 se observó mayor incidencia de peritonitis en los centros en los que no se controló el estado de portador nasal. Comentarios y conclusiones: se justifica implementar el control de portador de Staphylococcus aureus. La incidencia de peritonitis por S. aureus y SCoN meticilinorresistentes, la incidencia sostenida de gérmenes gramnegativos (con peor evolución), y el elevado porcentaje de cultivos sin desarrollo justifica mantener el protocolo antibiótico empírico inicial con vancomicina y amikacina. El descenso de la incidencia de S. aureus + SCoN podría ser atribuido a una mejor educación de los pacientes en DP.
Resumo A peritonite é uma complicação grave da diálise peritoneal (DP), sendo, portanto, importante conhecer a incidência e a sensibilidade antibiótica dos gérmens causadores. No Uruguai, desde 1 de janeiro de 2004, realiza-se um registro nacional das peritonites em DP, com dados sobre gérmens, sensibilidade e evolução. Método: foram analisados os registros do período 1 de janeiro de 2004 - 31 de dezembro de 2013. O registro foi aprovado pelos comitês de ética das instituições envolvidas. Resultados: foram registradas 850 peritonites no período estudado; a incidência diminuiu de 0,49/paciente-ano no período 2004-2005 a 0,37/paciente-ano em 2013. A incidência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativo (SCoN) foi menor no período 2009-2013 comparada com 2004-2005 (0,2 vs 0,12 peritonite/paciente-ano, teste de Poisson p<0,05). No período 2009-2013: 14/54 S. aureus e 26/71 SCoN foram resistentes à meticilina, similar ao período prévio. 98% dos gérmens gramnegativos eram sensíveis a amicacina. Não se pode identificar o gérmen em 145/467 (31%) episódios. Em 71% das peritonites por grampositivos e em 5% por gramnegativos (chi2 p<0,05) foi possível obter cura primária. Em 2013 foi observada uma maior incidência de peritonite nos centros em que não se realizava controle de portador nasal. Comentários e conclusões: justifica-se a realização de controle de portador de Staphylococcus aureus. A incidência de peritonite por S. aureus e SCoN resistentes à meticilina, a incidência constante de gérmens gramnegativos (com pior evolução), e a alta porcentagem de cultivos sem crescimento justificam manter o protocolo antibiótico empírico inicial com vancomicina e amicacina. A redução da incidência de S. aureus + SCoN poderia ser atribuída a melhor educação dos pacientes em DP.
Abstract Peritonitis is a severe complication of peritoneal dialysis (PD), so it is important to learn about the incidence and antibiotic sensitivity of the germs that cause it. In Uruguay, since January 1, 2004, a national record is kept for peritonitis in PD, germs, sensitivity and evolution. Method: the records from January 1, 2004 through December 31, 2013 were analyzed. The registry was approved by institutional ethical committes. Results: during the above mentioned period, 850 cases of peritonitis were recorded, and incidence dropped from 0.49/patient-year (2004-2005) to 0.37/patient-year (2013). Incidence of Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci (SCoN) was lower in 2009-2013 vs 2004-2005 (0.2 vs 0.12 peritonitis/patient-year, test Poisson p<0.05). In 2009-2013: 14/54 S. aureus and 26/71 SCoN were methicillin-resistant, similar to the previous period. 98% of Gram-negative were sensitive to amikacin. No germ was identified in 145/467 (31%) of episodes. Primary cure was achieved in 71% of peritonitis for Gram-positive and 45% for Gram-negative bacteria (chi2 p<0.05). In 2013 a greater incidence of peritonitis was observed in those centers where the nasal carriage was not controlled. Comments and conclusions: controlling Staphylococcus aureus nasal carriages is worth doing. The incidence of peritonitis by methicillin-resistant S. aureus y SCoN, the sustained incidence of Gram-negative germs (with a worse evolution), and the high percentage of cultures with no development justify keeping the initial empirical antibiotic protocol with vancomycin and amikacin. Reduction in the incidence of S. aureus + SCoN could be explained by a greater education in PD patients.