OBJETIVOS: Comparar a concordância interobservador da avaliação postural visual e por fotogrametria e verificar se os resultados quantitativos da fotogrametria correspondem à detecção de simetrias e assimetrias pela avaliação postural visual qualitativa. MÉTODOS: Vinte e um voluntários (24±1,9 anos) foram inicialmente avaliados visualmente por três fisioterapeutas experientes que preencheram um protocolo de avaliação postural. Em seguida tiveram fotografados a face e o corpo todo nos planos frontal anterior, posterior e sagital. As fotos foram utilizadas para traçar ângulos a partir de marcadores fixados à pele, em vários pontos anatômicos, que são referências frequentes na avaliação postural tradicional. Essas fotografias foram analisadas por três examinadores diferentes da avaliação postural visual. A concordância de cada método de avaliação postural foi avaliada pelos Coeficientes de Cramer V ou de PHI, considerando-se um nível de significância de 5%. RESULTADOS: Foi encontrada uma concordância entre os examinadores que utilizaram a fotogrametria para todos os segmentos avaliados. Não apresentaram concordância os segmentos comissura labial (p=0,00), acrômio clavicular (p=0,01), esternoclavicular (p=0,00), espinhas ilíacas anterior e posterior (p=0,00 e p=0,01) e ângulo inferior da escápula (p=0,00), que foram analizados por meio da avaliação postural visual. A comparação entre a fotogrametria e a avaliação postural visual demonstrou que o grau de concordância entre os dois métodos de avaliação foi pouco significativo para alguns segmentos do membro inferior e pelve. CONCLUSÕES: Nessas condições experimentais, os dados da fotogrametria não podem ser correlacionados com os dados da avaliação postural visual. A avaliação postural visual apresentou dados menos concordantes do que a fotogrametria, devendo ser questionada sua utilização como gold-standart.
OBJECTIVES: To compare the interobserver agreement between visual and photogrammetry postural assessment and to determine whether the quantitative photogrammetry results correspond to the symmetries and asymmetries detected through qualitative visual postural assessment. METHODS: Twenty-one volunteers (mean age 24±1.9 years) were visually evaluated by three experienced physical therapists, who completed a postural assessment form. The participants' face and whole body were then photographed in the anterior and posterior frontal and sagittal planes. The photographs were used to draw angles from markers fixed to the skin at various anatomical points that are frequent references in traditional postural assessment. These photographs were analyzed by three examiners (other than the ones who performed the visual assessment). The agreement in each postural assessment method was determined using Cramer's V or the Phi coefficient, with the significance level set at 5%. RESULTS: There was agreement between the examiners who used photogrammetry, for all segments analyzed. No agreement was found for the labial commissure (p=0.00), acromioclavicular joint (p=0.01), sternoclavicular joint (p=0.00), anterior and posterior iliac spines (p=0.00 and p=0.01) or inferior angle of the scapula (p=0.00) when assessed visually. The comparison between photogrammetry and visual postural assessment showed that the agreement level between the two assessment methods was poor for some segments of the lower limb and pelvis. CONCLUSIONS: Under these experimental conditions, the photogrammetry data were not correlated with the results from the visual postural assessment. The visual postural assessment produced data that were in less agreement than the photogrammetry data, and its use as a gold standard must be questioned.