RESUMO: Introdução: O câncer de boca e o câncer de orofaringe são doenças influenciadas por fatores socioeconômicos. O risco de desenvolver essas doenças aumenta com a idade, e a maioria dos casos ocorre em idosos, com elevadas taxas de mortalidade. O objetivo deste estudo foi analisar a influência dos índices socioeconômicos municipais nas taxas de mortalidade por câncer de boca (CB) e de orofaringe (CO) em idosos nas 645 cidades do estado de São Paulo, Brasil, nos anos de 2013 a 2015. Método: Dados secundários de óbitos foram obtidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O número de idosos e os valores da renda média per capita e do índice de desenvolvimento humano por município (IDH-M) foram obtidos a partir dos dados da Fundação SEADE. Realizou-se a análise descritiva e exploratória dos dados, seguida de modelos binomiais negativos descritos pelo procedimento PROC GENMOD e avaliados pelo critério de informação de Akaike corrigido (AICc), pelo grau de liberdade e pelo teste de Wald (α=0,05). Resultados: Cerca de 30% das cidades notificaram óbitos em 2013, 16,74% em 2014 e 18,61% em 2015. Astaxas médias de mortalidade por CB e CO foram, respectivamente, de 20,0 (± 30,9) e 10,7 (± 17,5) por 100milhabitantes. A renda média variou de R$ 434,20 a R$ 2.009,00 e o IDH-M, de 0,65 a 0,89. Houve decréscimo significativo (p < 0,05) nas taxas de mortalidade por CB e CO em idosos com o aumento dos valores das rendas médias e do IDH-M. Conclusão: As desigualdades socioeconômicas das cidades influenciam nas taxas de mortalidade por CB e CO em idosos.
ABSTRACT: Introduction: Oral and oropharyngeal cancer are diseases strongly influenced by socioeconomic factors. The risk of developing these diseases increases with age and most cases occur in the elderly, with higher mortality rates. This study aimed to analyze the influence of municipal socioeconomic indices on mortality rates for oral (OC) and oropharyngeal cancer (OPC) in elderly residents from 645 cities in the State of São Paulo, Brazil, from 2013 to 2015. Method: Secondary data on deaths were obtained in the Mortality Information System from the Brazilian Ministry of Health. The number of elderly, as well as per capita median income values and Human Development Index by municipality (HDI-M) values were obtained from data by the SEADE Foundation. Descriptiveand exploratory analysis of data was performed, followed by negative binomial models described by the Proc Genmod procedure and evaluated by the corrected AIC (Akaike Information Criterion), the likelihood level, and the Wald test (α = 0.05). Results: Around 30% of the cities notified deaths in 2013, 16.74% in 2014, and 18.61% in 2015. Founded mortality mean rates from OC and OPC were, respectively, 20.0 (± 430.9) and 10.7 (± 17.5) deaths per 100,000 inhabitants. Meanincome ranged, in local currency, from 434.2 to 2,009.00. HDI-M ranged from 0.65 to 0.89. There was a significant decrease (p<0.05) in mortality rates for OC and OPC in elderly with the increase in the cities’ mean income and HDI-M values. Conclusion: Socioeconomic inequalities in the cities the on mortality rates for OC and OPC in elderly residents.