OBJETIVO: identificar fatores indicadores da sintomatologia climatérica. PACIENTES E MÉTODOS: estudo transversal de 254 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em Ambulatório de Climatério entre junho e outubro de 2002. Foram excluídas mulheres histerectomizadas ou sob terapia hormonal. As atitudes sobre a menopausa foram avaliadas por meio de instrumento construído a partir da adaptação de um questionário, constituindo-se de 11 questões referentes a atitudes positivas (vantagens) e 11 referentes a atitudes negativas (desvantagens) sobre a menopausa. Para a coleta de dados sociodemográficos e relacionados a variáveis reprodutivas e às condições de saúde da população estudada, utilizou-se questionário estruturado e previamente testado. A sintomatologia climatérica foi avaliada pelo índice de Kupperman e as atitudes sobre a menopausa por meio de instrumento específico. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, análise de variância (ANOVA) e regressão linear múltipla. RESULTADOS: de modo geral, a sintomatologia climatérica foi leve em 28%, moderada em 42,3% e intensa em 30,7% dos casos. Os sintomas mais prevalentes foram a irritabilidade (87,1%), as artralgias/mialgias (77,5%) e a melancolia/tristeza (73,2%), ao passo que os mais intensos foram as ondas de calor, a irritabilidade e a insônia. Sintomas vasomotores foram referidos por 60,2% das entrevistadas. Mostraram-se indicadores da sintomatologia climatérica a cor, a atividade física regular e as atitudes com respeito a menopausa. A cor branca (p=0,02), a atividade física regular (p=0,04) e uma percepção positiva sobre a menopausa (p=0,01) associaram-se a sintomas climatéricos menos intensos. Em contrapartida, a percepção da menopausa como evento desvantajoso (atitude negativa) associou-se a pior sintomatologia climatérica (p<0,01). CONCLUSÕES: no presente estudo, a sintomatologia climatérica foi influenciada por fatores psicossociais e pela atividade física, além do estado de hipoestrogenismo característico desse período.
PURPOSE: to identify factors associated with climacteric symptoms. METHODS: a cross-sectional study of 254 women aged between 45 and 60 years was carried out at the Climacterium Outpatient Clinic of Caxias do Sul University, RS, from June to October 2002. Women with previous hysterectomy or under hormonal therapy were excluded. The climacteric symptoms were evaluated by means of the Kuppermann index and the attitudes toward menopause by a specific questionnaire. Data were analyzed by Student's t test, analysis of variance (ANOVA) and multiple linear regression analysis. RESULTS: twenty eight percent of the women reported mild climacteric symtoms, whereas 42.3% reported moderate symptoms and 30.7%, intense symptoms. The most prevalent symptoms were: irritability (87.1%), arthralgias/myalgias (77.5%) and melancholy (73.2%), while the most severe were hot flushes in 60.2% of the women, irritability and insomnia. Attitudes toward menopause, skin color and physical activity were predictors of climacteric symptoms. Positive attitudes toward menopause (p=0.01), white color (p=0.02) and the habit of practicing physical activity (0.04) were associated with less intense climacteric symptoms. Negative attitudes toward menopause were associated with worse climacteric symptoms (p<0.01). CONCLUSIONS: in the current study, the climacteric symptoms were influenced by psychosocial factors and physical activity, as well as by climacteric hypoestrogenism.