Os cabos lamosos Cassiporé e Orange no norte do Brasil constituem um ambiente dinâmico influenciado pelo rio Amazonas, onde as modificações na linha de costa estão sujeitas a severos processos de progradação e erosão. Imagens de sensores remotos ópticos e microondas foram coletadas de 1980 a 2003 e analisadas em um Sistema de Informação Geográfica (SIG), permitindo a identificação e quantificação da distribuição espacial das áreas de progradação e retrogradação ao longo da linha de costa. Durante este período, as maiores taxas de erosão ocorreram junto ao cabo Cassiporé, com recuo médio de 27,5 metros de distância linear e erosão de 1,37 km² de área de manguezal por ano. Por outro lado, os maiores índices de deposição de sedimentos ocorreram no cabo Orange, onde a planície costeira progradou 24,6 m ao ano, agregando 55,85 km² de manguezal à linha de costa nos últimos vinte e três anos. Os mecanismos de progradação determinaram um acréscimo na vegetação de manguezal de 50,8% ao longo das três últimas décadas. Um balanço sedimentar realizado na área pesquisada demonstrou que predominam os processos construtivos (61,3%) sob os processos erosivos (38,7%).
The Cassiporé and Orange mudcapes in the Northern of Brazil constitute a dynamic environment influenced by the Amazon river, where the shoreline changes are subjected to severe processes of progradation and erosion. Optical and microwaves remote sensed images were acquired from 1980 to 2003, and analyzed in a Geographic Information System (GIS), allowing the identification and quantification of prograding and retrograding areas along the shoreline. During this period, the largest erosion rates had occurred next to the Cassiporé Cape, with mean retreat of 27.5 m of linear distance and erosion of 1.37 km² of mangrove area per year. On the other hand, the largest rates of sediment deposition had occurred in the Orange Cape, where the coastal prograded 24.6 m per year, adding 55.86 km² of mangrove area to shoreline in the last 23 years. The progradation mechanisms have determined an accretion in the mangrove vegetation of 50.8% throughout the last three decades. A sedimentary balance carried out in the study area showed that constructive processes (61.3%) are dominant over erosive processes (38.7%).