RESUMO Objetivo: Compreender a percepção e o conhecimento das cuidadoras de crianças com microcefalia sobre cuidados de saúde bucal Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, com método pesquisa-ação, no qual se adotou como técnicas para coleta de dados e intervenção as entrevistas semiestruturadas - diagnóstica e avaliativa - e oficina de saúde bucal. O estudo foi realizado em um grupo destinado a cuidadoras de crianças com microcefalia, ofertado na rede pública de saúde da capital Maceió, Alagoas. Participaram dapesquisa nove mulheres que cuidam de crianças com microcefalia. As falas das participantes foram transcritas e, por meio da análise temática, realizou-se a categorização e discussão dos dados. Resultados: As principais cuidadoras das crianças com microcefalia foram as mães e as avós. Destas, 45% possuíam ensino médio incompleto. A maioria relatou um autocuidado com sua saúde bucal prejudicado, desconheciam o risco de transmissão das bactérias relacionadas à cárie dentária, não ofereceram aleitamento maternoexclusivo até os 6 meses de idade e ofertaram às crianças leite artificial engrossado com farináceos e com açúcar. Conclusão: Para as cuidadoras de crianças com microcefalia a atenção à saúde bucal é um tema de menor valor se comparado outras demandas, tanto domiciliares, como a outros tratamentos de ordem física. A responsabilização pelo cuidado está destina às figuras maternas, o que as dificultam de realizar o cuidado da própria saúde bucal. Ação educativa sobre saúde bucal minimizou dúvidas e fragilidades para o autocuidado e ao cuidado das crianças relacionados à saúde bucal.
ABSTRACT Objective: To understand the perception and knowledge of caregivers of children with microcephaly on oral health care. Methods: This is a qualitative study with a research-action method, in which semi-structured interviews - diagnostic and evaluative - and oral health workshop were adopted as techniques for data collection and intervention.The study was conducted in a group aimed at caregivers of children with microcephaly, offered in the public health network of the capital Maceió, Alagoas. Nine women caring for children with microcephaly participated in the study. The participants statements were transcribed and, through the thematic analysis, the data was categorized and discussed. Results: The main caregivers of children with microcephaly were mothers and grandmothers. Of these, 45% had incomplete secondary education. Most reported self-care with their impaired oral health, were unaware of the risk of transmission of dental caries-related bacteria, did not offer exclusive breastfeeding until 6 months of age, and offered artificial milk to the children with sugared and farinaceous milk. Conclusion: For caregivers of children with microcephaly, oral health care is a less valuable topic when compared to other demands, both at home and other physical treatments. Responsibility for care is aimed at the maternal figures, which makes it difficult for them to take care of their own oral health. Educational action on oral health minimized doubts and fragilities for the self-care and care of children related to oral health.