RESUMO A enxertia cutânea é uma técnica cirúrgica simples e bastante útil para o reparo de feridas, principalmente aquelas onde existe dificuldade da aplicação do fechamento primário ou de outras técnicas reconstrutivas. Entretanto, para a sobrevivência do enxerto, é necessário que o leito da ferida esteja saudável e com presença de tecido de granulação exuberante. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a aplicação da membrana amniótica e da laserterapia como potenciais estimulantes da cicatrização em enxertos aplicados em feridas sem tecido de granulação. Foram utilizados 42 coelhos, divididos em quatro grupos: grupo controle (GC), grupo membrana (GM), grupo laser (GL) e grupo membrana e laser (GML), submetidos a avaliações macro e microscópicas. Na avaliação macroscópica, foi possível notar que os pacientes dos grupos nos quais a membrana amniótica foi utilizada (GM e GML) apresentaram evidências associadas à acentuada reação inflamatória, à falha de integração do enxerto e à consequente necrose dele. Já os pacientes do GL apresentaram melhor aspecto do enxerto no último dia de avaliação. Na análise microscópica, observou-se intensa integração do enxerto à derme, reepitelização acentuada e escassas células inflamatórias no local do enxerto no GL. O contrário foi observado nos pacientes do GM e GML, nos quais aparentemente houve rejeição da membrana. A formação de colágeno não se correlacionou com outros fatores, como inflamação e necrose, em nenhum dos grupos de tratamento. Dessa forma, é possível afirmar que a laserterapia mostrou ser efetiva, contribuindo para o processo cicatricial e a integração do enxerto. Já a membrana amniótica canina não deve ser utilizada para esse fim, pois provoca intensa reação inflamatória, além de impedir a nutrição do enxerto.
ABSTRACT Skin grafting is a simple surgical technique and useful to repair wounds, especially those where there is a difficulty to apply primary closure skin or other reconstructive techniques. However, for graft survival a healthy wound bed and the presence of an exuberant granulation tissue are necessary. This study aimed to evaluate the application of amniotic membrane and laser therapy as potential healing stimulants in grafts applied in wounds without granulation tissue. For this, we used 42 rabbits divided into four treatment groups, control group (CG), membrane group (MG), laser group (LG) and membrane and laser group (MLG), submitted to macroscopic and microscopic evaluation. The macroscopic examination showed that the patients of the groups where the amniotic membrane was used in order to stimulate re-epithelialization (MG and MLG) presented evidences associated with severe inflammatory reaction, graft integration failure and consequent necrosis. LG patients apparently had the best graph aspect in the last valuation date. Microscopic examination showed intense integration of the graft to the dermis, high re-epithelialization level, and scarce inflammatory cells in the graft site of LG patients. The opposite was observed in patients in the MG and MLG groups, where a rejection of the membrane was observed. Finally, collagen formation was not correlated with other factors such as inflammation and necrosis in any of the treatment groups. We can conclude that laser therapy was effective, contributing to the healing process and integration of the graft. Thus, canine amniotic membrane should not be used for this purpose because it causes intense inflammatory reaction besides avoiding graft nutrition.