A tenotomia do flexor digital profundo (FDP) é uma das técnicas cirúrgicas empregadas para o tratamento de algumas anormalidades osteomusculares, como as deformidades flexurais e a laminite em equinos. Embora diferentes acessos cirúrgicos (i.e. terço médio do metacarpo e quartela) possam ser utilizados, informações quantitativas obtidas in vitro, referentes aos ângulos articulares distais estabelecidos após a execução de ambos os acessos não são conhecidas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estudar a viabilidade de um sistema biomecânico de tração induzida na comparação de duas técnicas de tenotomia do FDP por meio da mensuração dos ângulos articulares distais em peças anatômicas de equinos. Dez pares de membros anteriores foram coletados e montados em um sistema biomecânico de tração induzida aplicada na região da pinça do casco. Os ângulos articulares dorsais das articulações metacarpo falangeana (MF), interfalangeana proximal (IFP) e interfalangeana distal (IFD) foram determinados através de linhas geométricas traçadas com base no exame radiográfico realizado antes e após a realização de cada técnica. Comparações entre cada técnica e seu respectivo controle, para cada articulação, e entre as duas técnicas, utilizando as diferenças angulares obtidas antes e após cada técnica, foram testadas. Embora não se tenha obtido diferença estatisticamente significativa, a técnica de tenotomia do FDP ao nível da quartela produziu um maior e menor grau de extensão das articulações IFD e IFP, respectivamente, quando comparado à técnica no terço médio do metacarpo. Diferenças inexpressivas foram observadas na articulação MF. O sistema biomecânico de tração induzida se mostrou eficiente na determinação quantitativa dos valores aproximados das angulações articulares distais de membros anteriores de equinos submetidos às duas técnicas de tenotomia do FDP.
Deep digital flexor (DDF) tenotomy is a technique employed for years to treat selected disorders of the musculoskeletal system in horses. Although two different surgical approaches (i.e. mid-metacarpal and pastern) have been described for performing the procedure, in vitro quantitative data regarding the modifications induced by either technique on the distal articular angles is lacking. Therefore, the purpose of the study reported here was to investigate the viability of a proposed biomechanical system of induced-traction used to compare the two DDF tenotomy techniques by measuring the distal articular angles of equine cadaver forelimbs. Ten pairs of forelimbs were collected and mounted to a biomechanical system developed to apply traction at the toe level. Dorsal articular angles of the metacarpophalangeal (MP), proximal interphalangeal (PIP) and distal interphalangeal (DIP) joints were determined by geometric lines on radiographs taken before and after performing each technique. Comparisons between each tenotomy group and its own control, for each joint, and between the two tenotomy groups using as variable the difference between the tenotomy and control groups were tested. Despite the lack of statistical significance, the DDF tenotomy technique at the pastern level produced extension, to a lesser and greater extent, of the PIP and DIP joints, respectively when compared to the mid-metacarpal level. No remarkable differences could be observed for the MP joint. The developed traction-induced biomechanical construct seemed to be effective in producing valuable quantitative estimations of the distal articular angles of equine cadaver forelimbs subjected to different DDF tenotomy techniques.