Resumo Objetivo: Descrever as percepções de profissionais de saúde brasileiros acerca do método baby-led weaning (BLW) para alimentação complementar. Métodos: Estudo de corte transversal conduzido com 458 profissionais de saúde graduados em Enfermagem, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição ou Odontologia e que atuavam em pediatria, estando direta ou indiretamente envolvidos com nutrição infantil. A amostragem foi não probabilística, de conveniência. O questionário englobou características demográficas, titulação e local de trabalho dos participantes, além do conhecimento, da prática clínica e das percepções sobre possíveis vantagens do BLW. Resultados: Os profissionais de saúde tinham idade média de 34,5±8,5 anos, 64,6% atuavam no sudeste do Brasil e 65,3% eram nutricionistas. A maioria relatou conhecer o BLW (82,1%). Quanto à prática clínica, 38,3% mencionaram que costumavam recomendar o BLW às vezes, 37,5%, frequentemente, e 20,5%, sempre. Grande parte declarou que concordava totalmente que o método poderia trazer vantagens, tornando os bebês mais propensos a compartilharem refeições em família, facilitando a adaptação aos sabores e às consistências dos alimentos, potencializando a mastigação e favorecendo o desenvolvimento de habilidades motoras, porém manifestaram-se discordâncias importantes em relação à comodidade/conveniência e ao argumento de gerar menos preocupação ou ansiedade para os pais/cuidadores. Conclusões: Em geral, o BLW foi relatado como vantajoso, mas foram evidenciadas discordâncias, que são um provável reflexo da escassez de evidências científicas factuais sobre essa temática. São necessários mais estudos, para a melhor compressão de seus riscos e benefícios. Só assim os profissionais de saúde se sentirão efetivamente respaldados para fornecer suporte ou aconselhamento aos pais/cuidadores.
Abstract Objective: To describe Brazilian health professionals’ perception about the Baby-Led Weaning (BLW) method use for complementary feeding. Methods: Cross-sectional, descriptive study including 458 health professionals graduated in Nursing, Speech Therapy, Medicine, Nutrition or Dentistry and working in Pediatrics, being directly or indirectly involved with pediatric nutrition. We used a convenience non-probability sampling. The questionnaire applied to participants addressed demographic characteristics, academic degree, workplace, knowledge about clinical practice and perceptions about the possible advantages of the BLW method. Results: Participants had a mean age of 34.5±8.5 years, 64.6% of them working in Southeast Brazil and 65.3% being nutritionists. Most participants reported being acquainted with the BLW method (82.0%). Regarding clinical practice, 38.3% mentioned having recommended the BLW some times, 37.5% often and 20.5% always. Most participants fully agreed that the BLW method could have advantages for babies, for example, having them more likely to share family meals, facilitating adaptation to food flavors and consistencies, enhancing chewing and favoring the development of motor skills. On the other hand, important disagreements were also expressed regarding the BLW convenience and the possibility to create less concerns or anxiety in parents. Conclusions: The BLW method reported as advantageous, but disagreements were also raised, probably because scientific evidences on the suject are scarse. Further investigation is needed so we can better understand the risks and benefits and health care professionals can feel effectively assisted to offer support and advice to parents and caretakers.