OBJETIVO: Verificar a relação entre qualidade de vida e fratura vertebral em mulheres com mais de 60 anos em uma cidade do Sul do Brasil. MÉTODOS: Realizado estudo caso-controle com aplicação do questionário WHOQOL-bref em 100 mulheres residentes na cidade Chapecó (SC), com idade superior a 60 anos, na pós-menopausa de raça branca ou caucasoide, sem prejuízo cognitivo importante ou história pessoal doenças que sabidamente afetem o metabolismo ósseo ou neoplasias malignas. A população foi dividida em dois grupos dependendo da existência ou não de fraturas vertebrais na radiografia de coluna. Foram analisadas variáveis relacionadas à historia médica atual e pregressa, hábitos de vida e história familiar de fraturas, e os domínios e facetas que compõe o WHOQOL-bref. RESULTADOS: Observou-se que as mulheres com fratura tinham maior média de idade do que as sem fraturas (p<0,05). Também pareceu haver tendência a pertencerem a classe social mais alta, terem mais anos de estudo, maior renda familiar, e maior frequência de utilização de bebida alcoólica (p>0,05). Na avaliação dos domínios que compõem o WHOQOL-bref, a maior média deste grupo foi no psicológico (..=63,6±13,0), e a menor no meio ambiente (..=58,8±9,3). No grupo sem fratura, a maior média também ocorreu no domínio psicológico (..=67,2±9,3), já a menor ocorreu no das relações sociais (..=57,5±7,7). A análise estatística não mostrou correlação significativa entre as médias das facetas que compõem os domínios entre os grupos com e sem fraturas. CONCLUSÃO: Este estudo sugere não haver prejuízo na qualidade de vida de idosas com fratura vertebral, mas sua relação com o tempo de ocorrência e gravidade das fraturas deve ser melhor avaliada. Ambos grupos tiveram escores mais elevados no domínio psicológico, mostrando que as entrevistadas se apóiam em crenças pessoais, espiritualidade e religião, aceitam sua aparência física mantendo a autoestima e a capacidade de pensar, aprender e concentrar-se, independentemente da existência do agravo. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, e nem entre os domínios no mesmo grupo.
PURPOSE: To investigate the relationship between quality of life and spinal fracture in women aged over 60 living in Southern Brazil. METHODS: A case-control study was conducted with the application of the WHOQOL-bref questionnaire to 100 women living in the city of Chapecó (SC), aged over 60, postmenopausal, white or Caucasian, with no important cognitive impairment or a history of diseases known to affect bone metabolism, or malignant neoplasias. The population was divided into two groups depending on the presence or absence of fractures in the spine radiography. We analyzed variables related to the current and previous medical history, life habits and family history of fractures, and the domains and facets that compose the WHOQOL-bref. All participants were informed about the objectives and methodologies adopted and gave written informed consent to participate in the study. RESULTS: The mean age of the women in the fracture group was older than that of women with fractures (p<0.05). Also women with fractures tended to belong to a higher social class, to have more years of study, a higher family income, and a greater use of alcoholic drinks (p<0.05). In the evaluation of the WHOQOL-bref domains, the fracture group had the highest average in the psychological field (..=63.6± 3.0) and the lowest in the environment field (..=9.3±58.8). In the group without fracture, the highest average also occurred in the psychological domain (..=67.2± 9.3) and the lowest in the field of social relations (..=57.5±7.7). Statistical analysis showed no significant correlation between the averages of the facets that make up the areas between the groups with and without fractures. CONCLUSIONS: This study suggests that there is no impairment of quality of life among older women with vertebral fractures, but the relation between QL and time of occurrence and severity of the fractures should be better evaluated. Both groups had higher scores in the psychological domain, showing that the respondents rely on personal beliefs, spirituality and religion, accept their physical appearance while maintaining self-esteem and the ability to think, to learn and to concentrate despite the presence of this disease. There was no statistically significant difference between groups or between domains in the same group.