OBJETIVO: Estimar a prevalência de atividade física e identificar fatores associados em adolescentes. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com amostra representativa (n = 1.518, 59,2% do sexo feminino) de escolares de 14-18 anos de idade da rede pública de ensino de Curitiba, PR, em 2006. A prática de atividade física foi auto-referida, em número de dias por semana em que realiza atividade de intensidade moderada a vigorosa com duração > 60 minutos. A prática foi analisada em dois modelos distintos. No primeiro, a variável foi dicotomizada em "0 dia" e "> 1 dia"; no segundo, em "< 4 dias" e "> 5 dias". As variáveis independentes foram: demográfico-biológicas (sexo, idade, índice de massa corporal); socioeconômicas (escolaridade dos pais, número de carros); comportamentais (horas assistindo TV, horas em frente ao computador); e socioculturais (apoio social da família e dos amigos, e a percepção de barreiras para a prática de atividades) testadas em regressão de Poisson. RESULTADOS: No primeiro modelo de análise, a prevalência de atividade física foi de 58,2% (75,1% do sexo masculino e 46,5% do feminino; p < 0,001) e no segundo, de 14,5% (22,3% e 9,1%, respectivamente; p < 0,001). No primeiro modelo, as variáveis associadas à atividade física foram sexo masculino (RP = 1,63, IC95%: 1,48;1,78), apoio social da família (RP = 1,14, IC95%: 1,05;1,23), dos amigos (RP = 1,52, IC95%: 1,31;1,78) e elevada percepção de barreiras (RP = 0,54, IC95%: 0,46;0,62). No segundo modelo, apenas o sexo masculino (RP = 2,45, IC95%: 1,73;3,46) e a baixa percepção de barreiras (RP = 0,24, IC95%: 0,15;0,38) associaram-se à atividade física. CONCLUSÕES: Mais da metade dos adolescentes praticam atividade física em pelo menos um dia da semana, embora 14,5% atinjam as recomendações atuais. Níveis recomendados estão associados a menor número de fatores. Gênero e percepção de barreiras apresentam relação consistente com os níveis de atividade física.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of physical activity in adolescents and to identify associated factors. METHODS: A cross-sectional study was conducted with a representative sample (n=1,518, 59.2% females) of students aged between 14 and 18 years, enrolled in the public school network of the city of Curitiba, Southern Brazil, in 2006. Physical activity practice was self-reported, according to the number of days per week when they perform moderate to vigorous physical activity lasting > 60 minutes. This practice was analyzed in two distinct models. In the first model, the variable was dichotomized into "0 day" and "> 1 day"; in the second, into "< 4 days" and "> 5 days". Independent variables were as follows: biological-demographic (sex, age, body mass index); socioeconomic (parents' level of education, number of cars); behavioral (number of hours spent watching television, number of hours spent using a computer); and sociocultural (social support from family and friends and the perception of barriers to the practice of activities), tested with Poisson regression. RESULTS: In the first model of analysis, the prevalence of physical activity was 58.2% (75.1% in males; 46.5% in females; p<0.001), while, in the second, it was 14.5% (22.3% and 9.1%, respectively; p<0.001). In the first model, the variables associated with physical activity were: male sex (PR=1.63, 95% CI: 1.48;1.78), social support from family (PR=1.14, 95% CI: 1.05;1.23), social support from friends (PR=1.52, 95% CI: 1.31;1.78) and high perception of barriers (PR=0.54, 95% CI: 0.46;0.62). In the second model, only male sex (PR=2.45, 95% CI: 1.73;3.46) and high perception of barriers (PR=0.24, 95% CI: 0.15;0.38) were associated with physical activity. CONCLUSIONS: More than half of adolescents practice physical activity at least one day of the week, although 14.5% achieved the current recommendations. The recommended levels are associated with a lower number of factors. Gender and perception of barriers were consistently associated with physical activity levels.
OBJETIVO: Identificar la prevalencia de actividad física y factores asociados en adolescentes. MÉTODOS: Estudio transversal realizado con muestra representativa (n=1.518, 59,2% niñas) de escolares de 14-18 años de edad de la red pública de enseñanza de Curitiba, Sur de Brasil, en 2006. La práctica de actividad física fue auto-referida, en número de días por semana en que realiza actividad de intensidad moderada a vigorosa con duración ³ 60 minutos La práctica fue analizada en dos modelos distintos. En el primero, la variable fue dicotomizada en "0 día" y "³ 1 día"; en el segundo, en "£ 4 días" y "³ 5 días". Las variables independientes fueron: demográfico-biológicas (sexo, edad, índice de masa corporal); socioeconómicas (escolaridad de los padres, número de carros); conductuales (horas viendo TV, horas en frente a la computadora); y socioculturales (apoyo social de la familia y de los amigos, y la percepción de barreras para la práctica de actividades) evaluadas en regresión de Poisson. RESULTADOS: En el primer modelo de análisis, la prevalencia de actividad física fue de 58,2% (75,1% niños; 46,5% niñas; p<0,001) y en el segundo, de 14,5% (22,3% niños; 91% niñas; p<0,001). En el primer modelo, las variables asociadas con la actividad física fueron sexo masculino (RP = 1,63, IC95%: 1,48;1,78), apoyo social de la familia (RP = 1,14, IC95%: 1,05;1,23), de los amigos (RP = 1,52, IC95%: 1,31;1,78) y alta percepción de barreras (RP = 0,54, IC95%: 0,46;0,62). En el segundo modelo, sólo el sexo masculino (RP = 2,45, IC95%: 1,73;3,46) y la alta percepción de barreras (RP = 0,24, IC95%: 0,15;0,38) se asociaron con la actividad física. CONCLUSIONES: Más de la mitad de los adolescentes practican actividad física en por lo menos un día a la semana, a pesar de que 14,5% alcancen las recomendaciones actuales. Niveles recomendados están asociados a menor número de factores. Género y percepción de barreras presentan una consistente relación con los niveles de actividad física.