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Summary: Introduction: around 30% of childhood diseases are caused by social, environmental and family issues, as well as by life conditions, family dynamics and exposure to toxic substances. Understanding the characteristics of the pediatric population assisted at this Health Center, will help us identify health-threatening factors. Objectives: Describe the clinical and epidemiological characteristics of the population under 15 years of age assisted at Badano Repetto Health Center between 2020 and 2021. Understand the different variables that could influence this population´s health. Identify the link between family, social and cultural variables and neurological development at different ages. Methodology: descriptive, retrospective cross-sectional study. Convenience sampling of 15% of the total number of children and adolescents under 15 years of age, assisted at the Health Center from 10/01/2020 to 3/31/2021. Variables: children: sex, age, perinatal history, growth and neurological development, health checkups, vaccines, school attendance, extracurricular activities. Parents: age, education, psychoactive substance use, pathological background, job, prison. Family and household: parent`s marital status, domestic violence history, cohabitants, housing characteristics, basic household services, government aids, community interventions. Data source: medical records and telephone conversations. Data was recorded on template charts. We used results in absolute and relative frequencies, and their measures of central tendency measures and their range, Chi-square test or Fisher´s exact test. Significance level 0,05. Epi Info Program, version 7.2. Informed parent and adolescent consent. Approved by the CHPR Ethics Committee. Results: out of the 2826 patients under 15 years of age assisted at the clinic, we included 426 (15%), but only 263 (62%) were analyzed, since we were not able to reach 163 (38%) by phone. 52% were female. The average age was 4 years of age (5 days-14 years old). 69% of children were under 5 years old. 83% of patients had adequate number of checkups and 91% had an updated vaccination chart. 12% were overweight/obese. Neurodevelopment was adequate in 93% of those under 5 years of age, and 56% of those over 5 years of age. Regarding those with neurodevelopmental difficulties and over 5 years of age, 46% had learning disabilities, 39% had behavioral disorders, 32% language disorders, 10% intellectual deficit. 56% attended school, all of them public schools. For those who did not attend school, 4 of them were old enough to attend mandatory school (6, 7, 9 and 10 years of age). 20% of the children and adolescents had failed at least one year in school or high school. Perinatal findings: 14% of mothers had substance use during pregnancy, mainly tobacco and cocaine base paste. 85% of them had been born to term, 10% had neonatal depression 15% of children/adolescents had been exposed to domestic violence and 32% of them (12/38) had one parent with psychoactive drug use at home. 21% of children/adolescents exposed to domestic violence had a learning disability. 8% had at least one parent who did not finish primary school and 28% who did not finish middle school. Statistically, a significant link was found between psychoactive substance use, declared by one or both parents, and domestic violence. No statistically significant link was found between neurodevelopmental difficulties and domestic violence. Conclusions: these findings show a socially and economically vulnerable population, parents with little formal education, higher cocaine paste base use during pregnancy than the national statistics and 15% of children/adolescents exposed to domestic violence, even though they a high number of them had received their health checkups. The biggest strength shown by this study is the importance of maintaining a good bond with these families, who showed a high level of commitment with the health center. This leads us to prioritize health prevention and promotion as a valuable tool to achieve health quality standards for these children and adolescents. New studies, using other methodologies, will be necessary to analyze this data.
Resumo: Introdução: cerca de 30% das doenças infantis são causadas por questões sociais, ambientais e familiares, bem como por condições de vida, dinâmica familiar e exposição a substâncias tóxicas. Compreender as características da população pediátrica atendida neste Centro de Saúde, nos ajudará a identificar fatores de risco à saúde. Objetivos: Descrever as características clínico-epidemiológicas da população menor de 15 anos de idade atendida no Centro de Saúde Badano Repetto no período 2020-2021. Compreender diferentes variáveis que podem influenciar a saúde dessa população. Identificar uma relação entre as variáveis familiares e socioculturais e o desenvolvimento em diferentes idades. Metodologia: estudo descritivo, retrospectivo, transversal. Foi incluída uma amostra por conveniência de 15% de todas as crianças e adolescentes menores de 15 anos atendidos no Centro de Saúde entre 01/10/2020 e 31/03/2021. Variáveis estudadas: da criança: sexo, idade, história perinatal, crescimento e desenvolvimento, controles de saúde, imunizações, escolaridade, atividades extracurriculares. Dos pais: idade, escolaridade, consumo de substâncias psicoativas, histórico médico, emprego, privação de liberdade. Família e habitação: estado civil dos pais, história de violência doméstica, coabitantes, características da moradia, serviços básicos, transferências de ajuda de custo, intervenção das equipes no território. Fonte de dados: prontuários e enquetes telefônicas. Cadastro em planilha padrão. Os resultados são expressos em frequências absolutas e relativas e medidas de tendência central com sua amplidão. Utilizou-se o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher. Nível de significância 0,05. Programa Epi Info™ versão 7.2. Consentimento informado por telefone pais e consentimento dos adolescentes. Aprovado pelo Comitê de Ética do CHPR. Resultados: 2.826 crianças menores de 15 anos consultadas, 426 (15%) foram incluídas, mas 263 (62%) foram analisadas, pois 163 (38%) não puderam ser contatadas por telefone. 52% eram do sexo feminino. Idade média 4 anos (5 dias -14 anos), 69% ≤ 5 anos. 83% dos pacientes possuíam controles de saúde adequados e 91% estavam com suas imunizações em dia. 12% com sobrepeso/obesidade. O desenvolvimento neurológico foi adequado em 93% dos menores de 5 anos e em 56% dos maiores de 5 anos. No caso dos portadores de transtornos de neurodesenvolvimento com mais de 5 anos, 46% apresentavam transtorno de aprendizagem, 39% transtorno de conduta, 32% transtorno de linguagem, 10% déficit intelectual. 56% estavam na escola, todos em escolas públicas. No caso dos que não frequentaram a escola, 4 deles estavam em idade em idade escolar obrigatória (6, 7, 9 e 10 anos). 20% das crianças/adolescentes repetiram pelo menos um ano na escola ou no ensino médio. Dados perinatais: 14% das mães usavam drogas; pasta base de tabaco e maiormente pasta base de cocaína (PBC). 85% eram recém-nascidos a termo, 10% tinham depressão neonatal. 15% das crianças/adolescentes foram expostos à violência doméstica e 32% deles (12/38) tinham pelo menos um dos pais que usava drogas psicoativas em casa. 21% das crianças/adolescentes expostas à violência doméstica tinham dificuldade de aprendizagem. 8% desses pacientes possuíam pelo menos um dos pais com escola primária incompleta e 28% com ensino médio incompleto. Encontrou-se relação significativa entre o uso de drogas psicoativas, declarado por um ou ambos os pais, e a violência doméstica. Não foi encontrada relação significativa entre transtornos do neurodesenvolvimento e violência doméstica. Conclusões: esses achados mostram uma população social e economicamente vulnerável, pais com baixa escolaridade, uso de pasta base de cocaína durante a gravidez em porcentagem superior ao reportado a nível nacional, e 15% de crianças/adolescentes expostos à violência doméstica, mas com um alto número de controles de saúde. A maior fortaleza encontrada por este estudo é a importância de manter um bom vínculo com essas famílias, que demonstraram alto nível de comprometimento com o centro de saúde. Isso nos leva a priorizar a prevenção e promoção da saúde como ferramentas valiosas para a aquisição de saúde de qualidade para essas crianças/adolescentes. Novos estudos, com outras metodologias, serão necessários para poder analisar essas variáveis encontradas.