Resumo: Na luta pela sobrevivência milhões de pessoas se submetem ao trabalho desregulamentado e informal. Servindo-se disso, as empresas por aplicativos atraem cada vez mais trabalhadores sob a falácia do empreendedorismo. O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil biossocial destes trabalhadores, o processo de trabalho, as formas de controle das empresas e analisar os aspectos principais e emergentes entre as partes envolvidas. Trata-se de um estudo de escopo cujo processo de coleta do material foi norteado pelo questionamento: “O que se tem produzido na literatura científica sobre o perfil e os riscos no trabalho de aplicativos?”, entre os anos de 2014 e 2020. A análise dos conteúdos deu origem a três eixos temáticos: O crescimento dos aplicativos no Brasil e a relação com o trabalhador; o perfil dos trabalhadores de aplicativos e sua exposição laboral, além de suas reivindicações de condições de trabalho diante da pandemia da COVID-19. A dinâmica profissional dos trabalhadores por aplicativo é marcada pela sujeição, dominação e desgaste. A falta de reconhecimento do vínculo empregatício não os faz sujeitos desprovidos de direitos, dignidade e qualidade de vida no ambiente de trabalho. A organização espontânea e sem intermediação sindical desta categoria de trabalhadores, em torno de uma pauta comum de reivindicações a ser discutida com os demais representantes da sociedade, denota o elevado grau de exploração e precarização, e poderá ser o caminho para que as empresas de aplicativos adotem premissas do trabalho digno e decente.
Abstract: In the struggle for survival, millions of people submit to deregulated and informal work. Taking advantage of this, app-based companies have attracted growing numbers of workers under the fallacy of entrepreneurship. The current study aimed to describe the biosocial profile of these workers, the work process, and forms of company control, besides analyzing the principal and emerging aspects in the respective participants. This is a scoping study in which data collection was oriented by the question, “What has been produced in the scientific literature on the profile and risks of app-based work?” from 2014 to 2020. Content analysis revealed thematic dimensions: the growth of apps in Brazil and worker relations; the profile of app-based workers; and their work exposure and demands for working conditions during the COVID-19 pandemic. The professional dynamic of app-based workers is marked by subordination, domination, and exhaustion. The fact that their employment relationship is not acknowledged does not deprive them of rights, dignity, and quality of life in the workplace. Spontaneous organization without trade union intermediation in this category of workers, backing a common agenda of demands to be discussed with other representatives of society, denotes the high degree of exploitation and precariousness and could suggest the path for app companies to adopt the principles of dignified, decent work.
Resumen: En su lucha por sobrevivir millones de personas están sometidas al trabajo irregular e informal. Sirviéndose de esto, las empresas mediante aplicaciones atraen cada vez más trabajadores bajo la falacia del emprendimiento. Este estudio tuvo como objetivo describir el perfil biosocial de estos trabajadores, su proceso laboral, formas de control de las empresas, así como analizar los aspectos principales y emergentes entre las partes implicadas. Se trata de un estudio de alcance, cuyo proceso de recogida de material se guio por la pregunta: “¿qué se ha producido en la literatura científica sobre el perfil y riesgos en el trabajo de aplicacciones?” entre los años 2014 y 2020. El análisis de los contenidos dio origen a tres ejes temáticos: crecimiento de las aplicaciones en Brasil y su relación con el trabajador; perfil de los trabajadores de aplicaciones y su exposición laboral, y sus reivindicaciones de condiciones de trabajo ante la pandemia de COVID-19. La dinámica profesional de los trabajadores por aplicaciones está marcada por la subordinación, dominación y desgaste. La falta de reconocimiento del vínculo laboral no se debe traducir en convertirlos en sujetos desprovistos de derechos, dignidad y calidad de vida en el ambiente de trabajo. La organización espontánea y sin intermediación sindical de esta categoría de trabajadores gira en torno a una pauta común de reivindicaciones, que debe ser discutida con los demás representantes de la sociedad. Esto denota su elevado grado de explotación y precarización, además podrá ser el camino para que las empresas de aplicaciones adopten premisas de trabajo digno y decente.