OBJETIVO: Comparar as taxas de prevalência de Mycobacterium tuberculosis resistentes entre pacientes sob tratamento parcialmente intermitente e daqueles sob tratamento diário. MÉTODOS: Foram utilizados dados da Organização Mundial de Saúde de 5.138 pacientes com TB pulmonar bacilífera no Brasil, que foram separados em dois grupos: um grupo de pacientes do Distrito Federal submetidos a um regime intermitente de três tomadas semanais após o primeiro mês de regime diário, e um grupo de pacientes dos estados brasileiras, submetidos somente a um regime diário. O padrão de resistência foi categorizado em resistência primária ou adquirida, conforme a existência de tratamento anterior. Além disso, multirresistência foi definida como a resistência simultânea à isoniazida e à rifampicina, enquanto monorresistência como a resistência a uma única droga. RESULTADOS: A prevalência da resistência primária como um todo no Distrito Federal e no restante do Brasil foi de 9,2% e 9,3% (p = 0,94), respectivamente. A prevalência de monorresistência foi de 6,6% e 6,9% (p = 0,89), respectivamente, e a de multirresistência, 1,0% e 1,2% (p = 0,85), respectivamente. A prevalência de resistência adquirida como um todo no Distrito Federal e no restante do Brasil foi de 15,8% e 26,8% (p = 0,39), respectivamente. A prevalência de monorresistência adquirida foi de 5,3% e 13,7% (p = 0,33), respectivamente, e a de multirresistência, 0,0% e 10,2% (p = 0,16), respectivamente. CONCLUSÕES: Não houve diferença significativa entre os índices de resistência observados na comunidade usuária do esquema parcialmente intermitente e do diário.
OBJECTIVE: To compare the prevalence rates of drug-resistant Mycobacterium tuberculosis in patients under intermittent treatment with those observed in patients under daily treatment. METHODS: We used World Health Organization data regarding 5,138 patients with active pulmonary TB in Brazil, separated into two groups: patients in the Federal District of Brasília, treated with a one-month daily regimen followed by an intermittent thrice-weekly regimen; and patients in other parts of Brazil, treated with a daily regimen only. The resistance pattern was categorized as primary or acquired, based on the history of previous treatment. Multidrug resistance was defined as resistance to at least isoniazid and rifampin, whereas monoresistance was defined as resistance to only one drug. RESULTS: The prevalence of primary resistance in the Federal District of Brasília and in the other parts of Brazil, respectively, was as follows: overall, 9.2% and 9.3% (p = 0.94); monoresistance, 6.6% and 6.9% (p = 0.89); and multidrug resistance, 1.0% and 1.2% (p = 0.85). The prevalence of acquired resistance in the Federal District of Brasília and in the other parts of Brazil, respectively, was as follows: overall, 15.8% and 26.8% (p = 0.39); monoresistance, 5.3% and 13.7% (p = 0.33); and multidrug resistance, 0.0% and 10.2% (p = 0.16). CONCLUSIONS: No significant differences were found between patients treated with an intermittent regimen and those treated with a daily regimen in term of resistance rates.