Resumo Nesta breve crônica - em narrativa um tanto alegórica -, o autor, alinhavando alguns escritos esporádicos com leituras básicas, acompanha as vicissitudes do Alto Tietê metropolitano e da gestão dos recursos hídricos, até a crise da água de 2014-2015. Começa com a fundação da cidade e seus primeiros colonizadores. Depois, já no século XX, tenta captar alguns traços e momentos determinantes da urbanização e do crescimento industrial, com destaque para a hidroeletricidade, com a obra simbólica da Usina Henry Borden; a visão panorâmica da cidade, esboçada por Aziz Ab'Saber nos anos 1950; e o vertiginoso crescimento da metrópole até os anos 1990, acompanhado pela degradação ambiental. Nessa última década, registra as iniciativas de gestão participativa das águas. Então, já nas primeiras décadas do novo século, ao contrário das expectativas, parece que uma maldição se abateu sobre São Paulo: a seca de 2014-2015 deixou evidente que há governo, mas não há governança da água. Recuperando propostas dos anos 1990, o autor lança alguns desafios ao governo e à inteligência técnica no sentido de restaurar as condições hidráulicas do rio, adaptando-o às funções estratégicas atuais: abastecimento de água e saneamento ambiental.
Abstract In this short chronicle, a somewhat allegorical narrative intertwining sporadic writings with basic readings, the author follows the vicissitudes of the Alto Tietê metropolitan area and its water resources management up to the water crisis of 2014-2015. The narrative begins with the founding of the city and its first settlers. Later, in the 20th century, it attempts to capture certain features and decisive moments of urbanization and industrial growth, with special focus on hydroelectricity and the symbol of the Henry Borden power plant; a panoramic view of the city, outlined by Aziz Ab'Saber in the 1950s; and the rapid growth of the metropolis until the 1990s and its environmental degradation. In this last decade, he records participatory initiatives in management of the water. In the first decades of the new century, contrary to expectations, it was as if a curse had befallen São Paulo, and the drought of 2014-2015 made it clear that if a government exists, there is no water governance. Reinstating proposals from the 1990s, the author challenges to government and technical experts to restore the hydraulic conditions of the Tietê river, adapting it to the current strategic requirements: water supply and environmental sanitation.