RESUMO Objetivos: Descrever as características demográficas e clínicas das vítimas de trauma ocular por fogos de artifício atendidas nas emergências oftalmológicas de dois centros de referência em Pernambuco e identificar fatores relacionados a mau prognóstico visual. Métodos: Avaliação retrospectiva dos prontuários de pacientes admitidos na emergência oftalmológica com história de trauma por fogos de artifício entre janeiro de 2012 e dezembro de 2018. A coleta de dados incluiu idade, gênero, procedência, mês e ano do acidente, estruturas oculares acometidas e características das lesões, além do tipo de tratamento a que os pacientes foram submetidos. Naqueles pacientes acompanhados por mais de 30 dias, analisou-se a acuidade visual final e a associação com sua procedência. Resultados: Foram incluídos 370 olhos de 314 pacientes. Destes, 248 (79,0%) vítimas eram do sexo masculino e 160 (51,0%) da região metropolitana do Recife, com uma média de idade de 25.6 ± 18.8 anos. Em 56 (17,8%) dos casos o trauma foi bilateral. No mês de junho ocorreu um total de 152 (48,4%) casos. Os sítios mais acometidos foram pálpebras em 91 (24,6%) olhos e superfície ocular em 252 (68,1%). O tratamento cirúrgico foi necessário em 87 (23,5%) olhos. Após manejo clínico-cirúrgico, 37 (10.0%) olhos desenvolveram visão pior do que 20/400. Destes, 34 (91,9%) olhos eram de pacientes do interior do estado de Pernambuco ou de outro estado. Os pacientes provenientes do interior do estado apresentaram maior chance de desenvolver cegueira quando comparados aos que eram provenientes da região metropolitana (Odds Ratio de 5,46). Conclusões: As vítimas de trauma ocular por fogos de artificio foram em sua maioria do sexo masculino, procedentes da região metropolitana do estado e das faixas etárias pediátrica e economicamente ativa. Aqueles provenientes do interior ou de outros estados apresentaram maior chance de desenvolver cegueira. Objetivos Métodos 201 2018 gênero procedência acidente lesões submetidos 3 dias analisouse analisou se Resultados 31 Destes 24 79,0% 790 79 0 (79,0% 16 51,0% 510 51 (51,0% Recife 256 25 6 25. 188 18 8 18. anos 5 17,8% 178 17 (17,8% bilateral 15 48,4% 484 48 4 (48,4% 9 24,6% 246 (24,6% 68,1%. 681 68,1% . 68 1 (68,1%) 23,5% 235 23 (23,5% clínicocirúrgico, clínicocirúrgico clínico cirúrgico, clínico-cirúrgico 10.0% 100 10 (10.0% 20400 20 400 20/400 91,9% 919 (91,9% Odds 5,46. 546 5,46 46 5,46) Conclusões ativa 2 79,0 7 (79,0 51,0 (51,0 17,8 (17,8 48,4 (48,4 24,6 (24,6 68,1 (68,1% 23,5 (23,5 10.0 (10.0 2040 40 20/40 91,9 (91,9 54 5,4 79, (79, 51, (51, 17, (17, 48, (48, 24, (24, 68, (68,1 23, (23, 10. (10. 204 20/4 91, (91, 5, (79 (51 (17 (48 (24 (68, (23 (10 20/ (91 (7 (5 (1 (4 (2 (68 (9 ( (6
ABSTRACT Purpose: This study aimed to describe the demographic and clinical characteristics of victims of fireworkrelated ocular trauma treated at the ophthalmologic emergency de partments of two reference centers in Pernambuco, Brazil, and to identify risk factors related to poor visual prognosis. Methods: We retrospectively evaluated the medical records of patients admitted in emergency departments with a report of firework-related trauma between January 2012 and December 2018. Data collected included patient’s age, sex, place of origin, month and year of the accident, ocular structures affected, characteristics of the injuries, and type of treatment that patients received. For patients who were followed for >30 days, the final visual acuity and patient’s origin were analyzed. Results: Three hundred and seventy eyes from 314 patients were included, of which 248 (79.0%) were male and 160 (51.0%) were from the metropolitan region of Recife. The mean patient age was 25.6 ± 18.8 years. In 56 (17.8%) patients, the ocular trauma was bilateral. A total of 152 (48.4%) cases occurred in June. The most affected sites were the eyelids in 91 (24.6%) eyes and ocular surface in 252 (68.1%). Surgical treatment was required in 87 (23.5%) eyes. After clinical and surgical management, 37 (10.0%) eyes presented final visual acuity of <20/400. Of these, 34 (91.9%) eyes were from patients from the countryside or from another state. Patients from the countryside presented higher risk of developing blindness after a firework trauma than those from the metropolitan area (odds ratio of 5.46). Conclusions: Victims of firework-related ocular trauma were mostly male, from the metropolitan region of Pernambuco state and mainly pediatric patients or economically active. Those coming from the countryside and other states had higher risk of developing blindness Purpose Brazil prognosis Methods 201 2018 s sex accident injuries received 30 >3 days analyzed Results 31 24 79.0% 790 79 0 (79.0% 16 51.0% 510 51 (51.0% Recife 256 25 6 25. 188 18 8 18. years 5 17.8% 178 17 (17.8% bilateral 15 48.4% 484 48 4 (48.4% June 9 24.6% 246 (24.6% 68.1%. 681 68.1% . 68 1 (68.1%) 23.5% 235 23 (23.5% management 3 10.0% 100 10 (10.0% 20400 20 400 <20/400 these 91.9% 919 (91.9% odds 5.46. 546 5.46 46 5.46) Conclusions active > 2 79.0 7 (79.0 51.0 (51.0 17.8 (17.8 48.4 (48.4 24.6 (24.6 68.1 (68.1% 23.5 (23.5 10.0 (10.0 2040 40 <20/40 91.9 (91.9 54 5.4 79. (79. 51. (51. 17. (17. 48. (48. 24. (24. 68. (68.1 23. (23. 10. (10. 204 <20/4 91. (91. 5. (79 (51 (17 (48 (24 (68. (23 (10 <20/ (91 (7 (5 (1 (4 (2 (68 <20 (9 ( (6 <2 <