O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de cárie precoce na infância em crianças de nível sócio-econômico baixo da grande João Pessoa, Paraíba, Brasil, aos 48 meses de idade, pertencentes a uma coorte. Foram analisados os hábitos alimentares, higiene, exposição ao flúor e presença de defeitos de esmalte. Examinaram-se 224 crianças em domicílio, sob luz natural, utilizando-se a técnica joelho-a-joelho. Cada dente foi limpo com gaze estéril, sendo registrados cárie (OMS) e defeitos de esmalte (DDE Index). Durante o exame foi aplicado um questionário para obtenção de dados sobre dieta, higiene, uso de flúor e presença de amamentação natural e/ou artificial. Para análise estatística, utilizou-se o programa SAS com teste não paramétrico Mantel-Haenszel. Observou-se que 10,7% e 33,0% da amostra apresentaram cárie precoce e cárie severa, respectivamente. Dentre as crianças examinadas, 79,9% tinham ao menos um dente com defeito de esmalte, sendo este o único fator estatisticamente significante (p < 0,001) associado à etiologia da cárie precoce na infância. Sabendo da associação significativa entre cárie precoce e defeitos do esmalte, pode-se concluir que alterações superficiais no esmalte podem facilitar a propagação da doença.
The purpose of the present study was to evaluate the prevalence of early childhood caries (ECC), in a cohort of children of low socioeconomic status at 48 months of age in João Pessoa, Paraíba, Brazil, in relation to feeding practices, oral health behaviors, fluoride exposure, and enamel defects. 224 children were clinically examined in the Knee-Knee position at the children's home under natural light. Teeth were dried and cleaned with gauze, and caries (WHO index) and defect (DDE Index) were determined. Questionnaires on children's oral hygiene and dietary history were completed by parents or guardians. The SAS statistical program was used with the Mantel-Haenszel tests. The results showed a prevalence of 10.7% and 33.0% for ECC and SECC, respectively. Of all the children examined, 79.9% had at least one tooth with enamel defects, which was the only statistically significant factor (p < 0.001) for ECC. The association between enamel defects and ECC indicates that alterations in the enamel surface may cause progression of dental caries.