As crescentes exigências do consumidor por uma aparência melhor do abacaxi 'Pérola' têm levado os produtores e intermediários a efetuarem aplicações do fitorregulador etefon sem o devido embasamento técnico-científico, com conseqüências negativas para os frutos e o material de plantio. Este trabalho visou a avaliar os efeitos de modos de aplicação e concentrações de etefon sobre a coloração da casca e outros aspectos externos e internos dos frutos de abacaxi 'Pérola', durante o armazenamento sob condições ambientais. Frutos verdosos foram colhidos e tratados em plantio comercial, em Itaberaba-BA, e, em seguida, armazenados e avaliados na Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas-BA. Em delineamento inteiramente casualizado, com esquema fatorial 4 x 3 + 1 e número variável de repetições (cinco ou mais), foram estudadas quatro concentrações (500 mg L-1, 1.000 mg L-1, 2.000 mg L-1 e 4.000 mg L-1) de etefon, ácido 2-cloroetilfosfônico, diluído em água, além do tratamento-testemunha (0 mg L-1), e três formas de aplicação (pulverização com jato tipo 'filete' dirigido a um lado do fruto na pré-colheita, pulverização sobre os frutos colhidos e acondicionados aleatoriamente em balaios na pós-colheita, e imersão dos frutos, por dez segundos, depois de colhidos, sem atingir as coroas). Aos quatro, cinco, sete e onze dias após a colheita, foram avaliados a coloração e a firmeza da casca, bem como a coloração, firmeza, translucidez, teores de sólidos solúveis totais (SST), acidez (ATT) e a relação SST/ATT da polpa. O etefon acelerou o amarelecimento dos frutos, sem afetar a firmeza da casca e a qualidade interna dos frutos. A imersão determinou amarelecimento mais rápido e uniforme da casca dos frutos do que o observado para as demais formas de aplicação. Os resultados obtidos permitem recomendar a imersão rápida dos frutos de abacaxi 'Pérola', logo após a colheita, em soluções de etefon, nas concentrações de 500 a 2.000 mg L-1.
The increasing demands by consumers for a better fruit appearance have influenced sellers and growers to apply for the growth regulator ethephon on 'Pérola' pineapples without scientifically based knowledge, leading to negative impacts on fruits and planting material (slips). This work aimed at evaluating the effects of application methods and concentrations of ethephon on rind color and other external and internal aspects of 'Pérola' pineapples during their storage under natural conditions. Green-ripe fruits were harvested and treated in a commercial orchard in Itaberaba, Bahia, Brazil, and then transported, stored and evaluated at Embrapa Cassava & Fruits, Cruz das Almas, Bahia. In a completely randomized experimental design with a 4 x 3 +1 factorial scheme and five or more replications, were studied four concentrations of ethephon (2-chloroethilphosphonic acid) in water (500 mg L-1, 1000 mg L-1, 2000 mg L-1 and 4000 mg L-1), besides the control (0 mg L-1), and three forms of application: small jet spraying on one side of the fruit (pre-harvest); broad spraying over the fruits harvested and placed into a basket; and dip immersion of the fruit into solutions during 10 seconds, without touching the crown. Evaluations were done at four, five, seven and eleven days after harvest, on rind color and firmness, as well as on color, translucence, total soluble solids (TSS), total titratable acidity (TTA) and TSS/TTA ratio of the pulp. Ethephon treatment accelerated fruit rind yellowing, without affecting rind firmness and pulp quality. Fast dip treatment of fruits determined a more rapid and even rind yellowing than that observed for the other application forms studied. Results allowed recommending 'Pérola' pineapple fruits to be treated by fast immersion into ethephon solutions at 500 to 2.000 mg L-1.