Resumo Neste estudo, nós analisamos a cortical óssea mandibular de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e não diabéticos. Foram analisados 50 pacientes com DM1 e 100 não diabéticos, pareados por idade e sexo. Dois observadores com duplo-mascaramento avaliaram 150 imagens panorâmicas digitais de ambos os grupos. A cortical óssea mandibular foi analisada por meio do Índice Cortical Mandibular (ICM), Índice Mental (IM), Índice Goníaco (IG), Índice Antegoníaco (IA) e os Índices Panorâmicos Mandibulares Superior (IPMS) e Inferior (IPMI), com o auxílio do software RADIOIMP®. A influência do DM1 na morfologia da cortical óssea mandibular foi analisada com base na obtenção de dados relacionados ao tempo de diagnóstico do DM1, nível de glicemia, controle do DM1 e presença de complicações crônicas. Os dados coletados foram submetidos a análises descritivas (média e desvio-padrão) e inferenciais (teste de Qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher) (p ≤0,05). De acordo com o ICM, indivíduos com DM1 apresentaram maiores frequências de alterações corticais mandibulares, em ambos os sexos e todas faixas etárias (p <0,01). Para os índices quantitativos, IM, IG, IA, IPMS e IPMI, pacientes do sexo feminino apresentaram diferença estatisticamente significativa para os IG e IA, enquanto os pacientes do sexo masculino mostraram diferenças estatisticamente significativas para todos os índices (p <0,05), tendo os indivíduos com DM1 medidas inferiores. Indivíduos com controle ruim do DM1 apresentaram frequência de alteração na cortical mandibular significativamente maior (92,3%), com menores médias para o IM, IG, IA e IPMI (p ≤0,05). Em conclusão, pacientes com DM1 apresentaram diminuição na cortical óssea mandibular quando comparados aos não diabéticos, indicando que o controle ruim da doença está associado a essas alterações.
Abstract In this study we analyzed the mandibular cortical bone of patients with type 1 diabetes mellitus (T1DM) and non-diabetic. Fifty patients with T1DM and 100 non-diabetic ones paired by age and gender were analyzed. Two double-blinded observers evaluated 150 digital panoramic images of both groups. The mandibular cortical bone was analyzed using the Mandibular Cortical Index (MCI), Mental Index (MI), Gonial Index (GI), Antegonial Index (AI) and Upper and Lower Panoramic Mandibular Indexes (UPMI and LPMI), with the aid of RADIOIMP® software. Influence of T1DM in the morphology of the mandibular cortical bone was studied based on obtaining data related to T1DM diagnosis time, blood glucose level, T1DM control and the presence of chronic complications. Collected data were submitted to descriptive (mean and standard deviation) and inferential analyzes (Pearson’s chi-squared test and Fisher’s exact test) (p≤0.05). According to the MCI, individuals with T1DM had higher frequencies of mandibular cortical alterations, in both sexes and all age groups (p<0.01). For quantitative indexes, MI, GI, AI, UPMI and LPMI, female patients showed statistically significant differences for GI and AI, while male patients had statistically significant differences for all indexes (p<0.05), presenting the individuals with TDM1 inferior measures. Individuals with poor T1DM control showed significantly higher frequency of mandibular cortical alteration (92.3%), with lower means for MI, GI, AI and LPMI (p≤0.05). In conclusion, patients with T1DM showed decrease in the mandibular cortical bone when compared to non-diabetic ones, indicating that poor disease control is associated with these alterations.