OBJETIVO: Avaliar a capacidade funcional dos trabalhadores de enfermagem de um complexo hospitalar e sua relação com características individuais e de trabalho. MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal com 885 indivíduos. Foi utilizado um questionário auto-aplicável padronizado para o cálculo do índice de capacidade para o trabalho, baseado em informações ocupacionais, de morbidade, dados demográficos e socioeconômicos. Obtiveram-se valores de odds ratio e seus respectivos intervalos de confiança de 95% pelo teste de qui-quadrado. As associações foram testadas por modelo de regressão logística múltipla obtendo-se medidas de odds ratio ajustadas. RESULTADOS: A população estudada foi composta principalmente por mulheres (87,3%), com idade entre 35 e 68 anos (média 43±6,3), exercendo as funções de auxiliares, técnicos e enfermeiros, distribuídos em sete hospitais que compõem o complexo hospitalar. A capacidade para o trabalho foi considerada boa em mais de 80% dos trabalhadores. As análises estatísticas mostraram que aqueles trabalhadores com maior escolaridade (OR: 0,4; IC: 0,2-1,0; p=0,05 e ORaj: 0,4; IC: 0,2-1,0; p=0,04) e que praticam algum tipo de esporte ou atividade física (OR: 0,5; IC: 0,3-0,9; p=0,02 e ORaj: 0,5; IC: 0,3-0,9, p=0,02) têm maiores chances de apresentar boa capacidade para o trabalho. No grupo com reduzida capacidade para o trabalho verificou-se alta prevalência de doenças músculo-esqueléticas. CONCLUSÕES: O programa de saúde do trabalhador da empresa deverá incluir orientação e acompanhamento do profissional de enfermagem em atividades físicas e de lazer visando a manter a boa capacidade para o trabalho, bem como implementar a adoção de medidas preventivas relacionadas às doenças músculo-esqueléticas.
OBJECTIVE: To evaluate the functional capacity of nursing staff in a hospital complex and its association with individual and work characteristics. METHODS: A cross-sectional comprising 885 subjects was carried out. A standardized self-administered questionnaire was used to calculate a work capacity index based on information regarding occupation, morbidity, demographic and socioeconomic data. Odds ratios and their respective 95% confidence intervals were estimated using the Chi-square test. A multiple logistic model was used for testing the associations and adjusted odds ratios were obtained. RESULTS: The study population included primarily women (87.3%), aged between 35 and 68 years (43±6.3 on average), who worked as nursing aides, technical-level professionals and nurses in seven hospital units that integrate the hospital complex. Work capacity was considered good in over 80% of the staff. Statistical analyses showed that those with higher schooling (OR=0.4; CI=0.2-1.0; p=0.05 and adjOR= 0.4; CI: 0.2-1.0; p=0.04) and who exercise and have some physical activity (OR=0.5; CI: 0.3-0.9; p=0.02 and adjOR: 0.5; CI: 0.3-0.9, p=0.02) are more likely to have good work capacity. Those with reduced work capacity were found to have a high prevalence of musculoskeletal diseases. CONCLUSIONS:The company's worker health program should include guidance and follow-up of nursing staff regarding their physical and leisure activities aiming at promoting good work capacity as well as implementing preventive measures against musculoskeletal diseases.