O estudo da fisiologia dos mexilhões Perna perna no Brasil apresenta uma defasagem de aproximadamente 30 anos em relação a outras espécies mais exaustivamente investigadas como Mytilus edulis. O conhecimento acerca das variações das taxas fisiológicas em função do tamanho e as conseqüências da manutenção de P. perna em laboratório foram pouco estudadas. Neste trabalho, investigaram-se as variações das taxas de respiração, clareamento, excreção e a eficiência de absorção de P. perna aclimatados em laboratório em diferentes classes de tamanho, assim como foi realizado um acompanhamento de suas taxas respiratórias e de sua biometria ao longo de 30 dias de manutenção em condições laboratoriais. As taxas de respiração, clareamento e excreção apresentaram uma relação alométrica com o peso seco dos organismos, obtendo-se como valores de b de 0,66, 0,48 e 0,91 respectivamente. Por outro lado, estas mesmas taxas quando ponderadas pelo peso (taxas específicas) mostraram uma relação inversa com o tamanho dos organismos. A eficiência de absorção foi à única taxa que mostrou independência com o peso do mexilhão. Em termos de aclimatação, observou-se que o mexilhão P. perna leva 10 dias para estabilizar a sua taxa de respiração em laboratório, entrando em metabolismo de rotina.
Physiological studies of the mussel Perna perna in Brazil are almost 30 years behind those of other, more exhaustively investigated species, such as Mytilus edulis. Little is known about the variations in physiological rates due to size and the consequences of maintaining P. perna in laboratory conditions. This work investigated the variations in respiration, clearance, excretion and absorption efficiency rates of P. perna, classified by size and acclimatized in a laboratory, monitoring the mussels’ respiration rates and biometry over a period of 30 days, in laboratory conditions. The respiration, clearance and excretion rates presented an allometric relation with the dry weight of the organisms, with b values of 0.66, 0.48 and 0.91 respectively. On the other hand, these same rates, when considered by weight (specific rates) showed a relationship that was inverse to the size of the organisms. Only the absorption efficiency was independent of the weight of the mussel. In terms of acclimatization, it was observed that it takes 10 days for the respiration rate of the mussel P. perna to stabilize in laboratory conditions, after which it follows a routine metabolism.