INTRODUÇÃO: Refinamentos da intervenção coronária percutânea (ICP), entre eles a utilização do ultrassom intravascular (IVUS) e da reserva de fluxo fraccionada (FFR), têm permitido o tratamento de lesões complexas com bons resultados. Como consequência, a abordagem percutânea das lesões de TCE se difundiu, incluindo hospitais de menor volume de procedimentos. Nosso objetivo foi apresentar os resultados iniciais e tardios da ICP de lesões de TCE não protegido. MÉTODOS: Foram incluídos pacientes consecutivos tratados em dois centros hospitalares, de agosto do 2009 a julho do 2013. A indicação da estratégia percutânea baseou-se em avaliação clínica, cálculo do escore Syntax, EuroScore e no desejo do paciente. RESULTADOS: Foram tratados 28 pacientes, com idade de 69,2 ± 10,1 anos, 39% eram diabéticos e 39% eram portadores síndrome coronária aguda. Metade dos pacientes tinha EuroScore ≥ 6; o escore Syntax foi de 26,0 ± 8,4 e 82% tinham lesões localizadas na bifurcação. As intervenções foram guiadas por IVUS e/ou FFR em 71,4% dos pacientes, 93% foram tratados com stents farmacológicos, predominantemente pela técnica de 1 stent, e o sucesso angiográfico foi alcançado em 100% dos casos. O acompanhamento foi de 19,2 ± 13,7 meses. A taxa de desfechos clínicos maiores foi de 21,4% no seguimento maior a 4 anos, óbito cardíaco de 14,2%, infarto do miocárdio não fatal de 3,5%, e revascularização da lesão-alvo em 3,5%. CONCLUSÕES: A ICP de TCE não protegido guiada, sempre que possível, por IVUS e/ou FFR é segura e eficaz no curto e longo prazos, na experiência em um hospital com moderado volume de procedimentos.
BACKGROUND: Refinements in percutaneous coronary intervention (PCI), including the use of intravascular ultrasound (IVUS) and fractional flow reserve (FFR), have allowed the treatment of complex lesions with good results. As a result, the percutaneous approach for left main coronary artery (LM) lesions has spread, including centers with a lower volume of PCI procedures. Our objective was to report the early and late outcomes of PCI in unprotected LM lesions. METHODS: Consecutive patients treated at two different hospitals from August 2009 to July 2013 were included. The indication for the percutaneous approach was based on the clinical assessment and the calculation of Syntax score, EuroScore and on the patient's wishes. RESULTS: Twenty-eight patients with mean age of 69.2 ± 10.1 years were treated, 39% were diabetic and 39% had acute coronary syndromes. Half of the patients had EuroScore ≥ 6; the Syntax score was 26.0 ± 8.4 and 82% had LM bifurcation lesions. Interventions were guided by IVUS and/or FFR in 71.4% of the patients, 93% were treated with drug-eluting stents, and the 1-stent technique was used in most occasions. Angiographic success was achieved in 100% of the cases. At the 19.2 ± 13.7 month follow-up, the rate of major adverse cardiac events was 21.4% in the follow-up longer than 4 years, cardiac death 14.2%, non-fatal myocardial infarction 3.5% and target-lesion revascularization 3.5%. CONCLUSIONS: PCI in unprotected LM lesions, guided by IVUS and/or FFR whenever possible, is safe and effective in the short and long-term, in the experience of a hospital with a moderate number of PCI procedures.