OBJETIVO: O cateterismo dos seios petrosos inferiores (SPI) ajuda a diferenciar as formas hipofisária e ectópica na síndrome de Cushing (SC). O objetivo desse trabalho é descrever a técnica empregada em nosso serviço, discutir a solução de dificuldades e verificar o índice de sucesso atingido. CASUÍSTICA E MÉTODO: Foram submetidos a cateterismo bilateral dos SPI 42 pacientes com SC, entre setembro de 2000 e setembro de 2005. As dificuldades para o posicionamento do cateter foram correlacionadas com as soluções empregadas. RESULTADOS: As variações anatômicas, a semelhança entre o SPI e a veia emissária do plexo basilar e a dificuldade de contrastar as estruturas a contrafluxo para localizá-las foram os principais problemas. Foram utilizados cateter pré-moldado, fio-guia semicurvo e dirigível, road-maping e venografia por injeção contralateral, além de critérios para diferenciar o SPI da veia emissária. Dos 84 SPI abordados, um apresentava trombose, e dos 83 possíveis, 80 (96,4%) foram cateterizados. Não se observaram complicações. CONCLUSÃO: A cateterização dos SPI pode ser feita na maioria dos pacientes. A identificação da veia emissária do plexo basilar e o uso de flebografia por injeção contralateral melhoraram o desempenho do método.
PURPOSE: Inferior petrosal sinus catheterization and sampling for corticotropin dosage helps to differentiate hypophisary and ectopic forms of Cushing syndrome. The aim of this paper is to describe the technique used in inferior petrosal sinus catheterization in our service, emphasizing the solution found for frequent difficulties, and verify the success rate achieved. PATIENTS AND METHODS: Between September/2000 and September/2005, forty-two (eighty-four sinuses) patients were submitted to inferior petrosal sinus sampling. The difficulties for correct catheter positioning were identified and correlated with their solutions. RESULTS: Anatomical variations, similarity between IPS and emissary vein of the basilar plexus and unfavorable flow to the contrastation of the structures (retrograde catheterization) were the main problems. Using pre-shaped catheters, curved, steerable guide-wires, road-maping and venography by contalateral injection, besides criteria to differentiate IPS from the emissary vein. Of the 84 sinuses approached, one was thrombosed, and 80 (96.4%) of 83 possible were selectively catheterized. No clinical complication occurred. CONCLUSION: IPSC can be safe and successfully performed in most cases. The identification of the emissary vein of the basilar plexus and use of venography by contralateral injection, improved the method performance.