Abstract Introduction: Sorafenib was the first therapy used for sys-temic treatment of unresectable hepatocellular carcinoma (HCC). Multiple prognosis factors associated with sorafenib therapy have been described. Objectives: The aim of this work was to evaluate survival and time to progression (TTP) on HCC patients treated with sorafenib, and check for predictive factors of sorafenib benefit. Materials and Methods: Retrospectively, data from all HCC patients treated with sorafenib in a Liver Unit from 2008 to 2018 were collected and analyzed. Results: Sixty-eight patients were included; 80.9% were male, the median age was 64.5 years, 57.4% had Child-Pugh A cirrhosis and 77.9% were BCLC stage C. Macro-vascular invasion (MVI) was present in 25% of the patients and 25% of the subjects had other extrahepatic metastasis. The median survival was 10 months (IQR 6.0-14.8) and median TTP was 5 months (IQR 2.0-7.0). Survival and TTP were similar between Child-Pugh A and B patients: 11.0 months (IQR 6.0-18.0) for Child-Pugh A and 9.0 months (IQR 5.0-14.0) for Child-Pugh B (p = 0.336). In univariate analysis, larger lesion size (LS >5 cm), higher alpha-fetoprotein (AFP >50 ng/mL), and no history of locoregional therapy were statistically associated with mortality (HR 2.17, 95% CI 1.24-3.81; HR 3.49, 95% CI 1.90-6.42; HR 0.54, 95% CI 0.32-0.93, respectively), but only LS and AFP were independent predictive factors, as shown in multivariate analysis (LS: HR 2.08, 95% CI 1.10-3.96; AFP: HR 3.13, 95% CI 1.59-6.16). MVI and LS >5 cm were associated with TTP shorter than 5 months in univariate analysis (MVI: HR 2.80, 95% CI 1.47-5.35; LS: HR 2.1, 95% CI 1.08-4.11), but only MVI was an independent predictive factor of TTP shorter than 5 months (HR 3.42, 95% CI 1.72-6.81). Regarding safety data, 76.5% of patients reported at least one side effect (any grade), and 19.1% presented grade III-IV adverse effects leading to treatment discontinuation. Conclusions: We observed no significant difference in survival or TTP in Child-Pugh A or Child-Pugh B patients treated with sorafenib, as compared to more recent real-life studies. Lower primary LS and AFP were associated with a better out-come, and lower AFP was the main predictor of survival. The reality of systemic treatment for advanced HCC has recently changed and continues to evolve, but sorafenib remains a viable therapeutic option.
Resumo Introdução: O sorafenib foi o primeiro fármaco usado em primeira linha na terapêutica sistémica do carcinoma he-patocelular (CHC) em estadio avançado. Têm sido descritos múltiplos factores modificadores de prognóstico associados à sua utilização. Objectivos: Caracterizar um grupo de doentes com CHC que realizaram terapêutica com sorafenib, estudar a sobrevivência e o tempo até progressão (TAP), e avaliar os factores preditores de benefício. Material e Métodos: Estudo retrospectivo com recol-ha e análise dos dados relativos a todos os doentes com CHC tratados com sorafenib numa Unidade de Hepatologia, entre 2008 e 2018. Resultados: Foram incluídos no estudo sessenta e oito doentes; 80.9% do sexo masculino, com mediana de idades de 64.5 anos, 57.4% tinham cirrose em estadio A de Child-Pugh e 77.9% apresentavam CHC em estadio C do Barcelona Clínic Liver Cancer (BCLC). A invasão macrovascular (IMV) estava presente em 25% dos doentes, e também 25% dos doentes tinha metastização extra-hepática (que não a IMV). A mediana de sobrevivência foi de 10 meses (IQR 6.0-14.8) e a mediana de TAP foi de 5 meses (IQR 2.0-7.0). A sobrevivência e o TAP foram similares nos doentes Child-Pugh A e B: 11.0 meses (IQR 6.0-18.0) para Child-Pugh A e 9.0 meses (IQR 5.0-14.0) para Child-Pugh B (p = 0.336). Na análise univariada, o tamanho da lesão >5 cm (TL), alfa-fetoproteína > 50 ng/mL (AFP) e a ausência de terapêuticas locorregionais prévias (TLP) tiveram relação estatisticamente significativa com a mortalidade (TL: HR 2.17, 95% CI 1.24-3.81; AFP: HR 3.49, 95% CI 1.90-6.42; TLP: HR 0.54, 95% CI 0.32-0.93), mas apenas o TL e AFP foram fatores preditores independentes, como mostrou a análise multivariada (TL: HR 2.08, 95% CI 1.10-3.96; AFP: HR 3.13, 95% CI 1.59-6.16). A IMV e o TL >5 cm estiveram associados com o TAP <5 meses na análise univariada (IMV: HR 2.80, 95% CI 1.47-5.35; TL: HR 2.1, 95% CI 1.08-4.11), mas apenas a IMV foi um fator preditor independente de TAP <5 meses (HR 3.42, 95% CI 1.72-6.81). Relativamente aos dados de segurança, 76.5% dos doentes relataram pelo menos um efeito lateral (qualquer grau), e 19.1% apresentaram efeitos adversos de grau III-IV, que levaram à suspensão do fármaco. Conclusões: Não foi observada diferença significativa na sobrevivência ou no tempo até progressão nos doentes Child-Pugh A ou Child-Pugh B tratados com sorafenib, quando comparado com estudos real-life recentes. Menor TL e AFP estiveram associados a melhor outcome e um valor de AFP baixo mostrou-se o principal preditor de sobrevivência. A realidade da terapêutica sistémica para o CHC avançado alterou-se recentemente e continua em mudança, mas o sorafenib permanece uma alternativa terapêutica viável.