OBJETIVO: verificar se há diferença na prevalência de disfunção sexual e nos escores dos domínios da função sexual entre um grupo de mulheres atendido no serviço público e outro atendido no privado, e apurar se há associação entre disfunção sexual e renda familiar e escolaridade. MÉTODOS: estudo transversal no qual foram incluídas 201 mulheres sexualmente ativas, com idade de 18 a 45 anos, das quais 90 foram atendidas no serviço público e 111, no setor privado. Avaliaram-se idade, estado civil, uso de anticoncepção hormonal, renda e escolaridade, e todas as mulheres foram submetidas ao Índice da Função Sexual Feminina (IFSF), instrumento utilizado para avaliação da sexualidade. Para análise estatística, foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 15.0, aplicando-se o teste do χ2 para variáveis categóricas e o t de Student para amostras independentes. RESULTADOS: a comparação entre os grupos (setor público versus setor privado) não mostrou diferença significativa na prevalência de disfunção sexual (20 e 23,4%, p=0,5) nem nos escores dos domínios sexuais: desejo (3,9±1,3 e 3,8±1,0, p=0,6), excitação (4,5±0,8 e 4,4±0,9, p=0,5), lubrificação (5,2±1,2 e 5,0±0,9, p=0,1), orgasmo (5,0±1,2 e 4,9±1,1, p=0,5), satisfação (5,2±1,2 e 5,1±1,0, p=0,9), e dor (5,3±1,1 e 5,2±1,0, p=0,8). A disfunção sexual ocorreu em 28% das mulheres com renda entre dois e quatro salários mínimos, 17,5% daquelas com renda maior ou igual a cinco salários e em 14,3% daquelas com renda menor ou igual a um salário (p=0,1). Em relação à escolaridade, a disfunção ocorreu em 30,2% das mulheres com ensino fundamental, 24,2% daquelas com ensino médio e 13,4% e das mulheres com ensino superior (p=0,09). CONCLUSÕES: não se observou diferença significativa na prevalência de disfunção sexual e nos escores dos domínios sexuais entre os grupos, nem associação de disfunção sexual com renda ou escolaridade.
PURPOSE: to identify if there is a difference in the prevalence of sexual dysfunction and in the sexual domain scores between a group of women attended at a public service and a group attended at a private service, and to investigate if there is an association between sexual dysfunction, family income and educational status. METHODS: transversal study including 201 sexually active women aged from 18 to 45 years, 90 of them from a public service and 111 from private services. We evaluated age, marital status, use of hormonal contraception, income and educational status, and all women were submitted to the Female Sexual Function Index (FSFI), an instrument for the evaluation of their sexuality. The Statistical Package for Social Sciences, version 15.0, was used for statistical analysis. The χ2 test was applied for categorical variables and the Student's t-test to independent samples. RESULTS: there was no significant difference regarding the prevalence of sexual dysfunction between groups (public versus private) (20 and 23.4%, p=0.5), or concerning the domain scores, desire (3.9±1.3 and 3.8±1.0, p=0.6), sexual arousal (4.5±0.8 and 4.4±0.9, p=0.5), lubrication (5.2±1.2 and 5.0±0.9, p=0.1), orgasm (5.0±1.2 and 4.9±1.1, p=0.5), satisfaction (5.2±1.2 and 5.1±1.0, p=0.9), and pain (5.3±1.1 and 5.2±1.0, p=0.8). Sexual dysfunction was detected in 28% of the women with income between two and four minimum wages, in 17.5% of those with an income of five wages or more, and in 14.3% among those with an income of one wage or less (p=0,1). The dysfunction occurred in 30.2% of women with elementary education, in 24.2% of those with high school education and in 13.4% of those with higher education (p=0.09). CONCLUSIONS: There was no significant difference in the prevalence of sexual dysfunction or in the sexual domain scores between groups, nor was there an association with income or education status.