A reflexão histórica sobre o corpo-doente apresentase como tema central na consideração da subjetividade do sujeito frente ao adoecimento e à hospitalização nos dias atuais. O entrelaçamento entre corpo, cultura, história e sociedade é relevante na produção de sentidos sobre o sofrer, demandando, por sua vez, uma releitura do desamparo e do mal-estar frente ao adoecimento. A psicanálise, cada vez mais, tem sido chamada a responder demandas institucionais de sujeitos em sofrimento. Consequentemente, o objetivo do artigo é articular o corpo-doente, o hospital na atualidade e a escuta psicanalítica afim de contribuir com o fazer, o saber e o pensar psicanalíticos no hospital. O corpo é analisado aqui pelo seu vértice pulsional, encadeando-o com as representações do corpo adoecido e hospitalizado. A interpretação, como método operador, possibilitou essa releitura pela via do desejo. A escuta do sujeito do desejo revelou o adoecimento como sendo um enunciador da condição intrínseca do ser humano, da condição psíquica de incompletude e essencialmente faltante, campo frutífero à imersão do sujeito em condição de análise.
The historical reflection on the ill person-body is a central theme in the consideration of the subject's subjectivity regarding illness and hospitalization in current days. The intertwining among body, culture, history and society is relevant in the production of meanings about suffering, and demands, in turn, a reinterpretation of the helplessness and discomfort that are caused by an illness. The aim of this article is to articulate the ill person-body, the hospital in current times and psychoanalytic listening in order to contribute to psychoanalytic actions, knowledge and thinking in the hospital. The body is analyzed here from its driving dimension, which is linked with representations of the ill and hospitalized body. Interpretation, as an operating method, enabled this rereading through the path of desire. Listening to the desire's subject revealed that the process of becoming ill is an announcer of the intrinsic condition of the human being, the psychic condition of incompleteness, which is a fruitful field for the immersion of the subject in the analysis condition.