RESUMO Objetivos Avaliar contraindicações e precauções para a vacina contra febre amarela em populações de risco. Métodos Foi conduzida uma revisão da literatura com uma busca na base de dados PubMed dos termos “vacina contra febre amarela” e “eventos adversos” (EAs). Foram encontrados 207 estudos, sendo que 43 satisfizeram os critérios de inclusão e foram incluídos na revisão sistemática. Resultados Os resultados para a primeira dose da vacina contra febre amarela em pacientes idosos foram conflitantes, alguns estudos demonstraram EAs enquanto outros demonstraram benefícios. Recomenda-se precaução e avalição caso a caso ao se decidir por vacinar este grupo da população. As mesmas precauções se justificam quanto à vacinação de bebês entre 6 e 8 meses de idade, sendo contraindicada antes dos 6 meses e segura após os 9 meses. A vacina parece ser segura para ser administrada no primeiro trimestre de gestação e provavelmente ao longo de toda a gestação, porque não se verificou associação com aumento da ocorrência de malformações congénitas. A vacinação de mulheres lactantes é ainda controversa. A vacina parece segura para ser administrada em indivíduos em uso de imunomoduladores ou imunossupressores, portadores de doenças imunossupressoras e pacientes submetidos a transplantes de células-tronco hematopoiéticas e de órgãos sólidos. No caso do transplante de células-tronco, a dose de reforço da vacina só deve ser aplicada após ser recuperada a imunidade. Pacientes infectados pelo HIV com contagem de CD4+ >200 células/mm3 não têm um risco maior de EAs com a vacina. Seguir os protocolos de vacinação nos casos de alergia à proteína do ovo é uma forma segura de imunizar esses indivíduos. Conclusões A segurança da vacina contra febre amarela foi confirmada a partir de dados obtidos em campanhas de vacinação e vários estudos. Parece que os EAs ocorrem com maior frequência com a vacinação pela primeira vez, principalmente nos grupos de risco. Porém, esta revisão analisou a vacina em vários grupos de risco e verificou ser segura para a maioria destes grupos.
ABSTRACT Objective To evaluate contraindications and precautions for the yellow fever vaccine (YFV) in risk populations. Methods A literature review was conducted by searching PubMed for “yellow fever vaccine” and “adverse events” (AEs); 207 studies were found, and 43 of them met the inclusion criteria and were included in a systematic review. Results The results for first dose of YFV in elderly patients were conflicting—some showed AEs while some showed benefits. Therefore, precaution and case-by-case decisionmaking for YFV in this population are advised. The same precautions are warranted for YFV in infants 6-8 months, with the vaccine contraindicated in those < 6 months old and safe after 9 months of age. YFV seems safe in the first trimester of pregnancy, and probably throughout gestation, as it was not associated with increased malformations. During breastfeeding, YFV continues to be controversial. The vaccine seems safe in people being treated with immunomodulatory or immunosuppressive therapy, people with immunosuppressive diseases, and solid organ and hematopoietic stem cell transplant patients; in stem cell transplants, however, a booster dose should only be applied once immunity is recovered. HlV-infected patients with a CD4+ count > 200 cells/mm3 do not have increased risk of AEs from YFV. Egg allergy vaccination protocols seem to provide a safe way to immunize these patients. Conclusions YFV safety has been confirmed based on data from many vaccination campaigns and multiple studies. AEs seem more frequent after a first-time dose, mainly in risk groups, but this review evaluated YFV in several of the same risk groups and the vaccine was found to be safe in most of them.
RESUMEN Objetivos Evaluar las contraindicaciones y precauciones en relación con la vacuna antiamarílica en los grupos de riesgo. Métodos Se realizó una revisión bibliográfica mediante una búsqueda de los términos “yellow fever vaccine” [vacuna antiamarílica] y “adverse events” [eventos adversos] en PubMed; se encontraron 207 estudios, 43 de los cuales cumplían los criterios de inclusión para formar parte de la revisión sistemática. Resultados Los resultados de la primera dosis de la vacuna antiamarílica en adultos mayores fueron contradictorios: en algunos se observaron eventos adversos y en otros, beneficios. Por lo tanto, se recomienda precaución y que la decisión de suministrar la vacuna a este grupo se tome caso por caso. Las mismas precauciones se justifican en los lactantes de 6 a 8 meses; se considera contraindicada en los menores de 6 meses y segura en los mayores de 9 meses. La vacuna antiamarílica parece segura en el primer trimestre del embarazo y probablemente durante toda la gestación, pues no se asoció con un aumento de malformaciones. Durante la lactancia, su uso también es controvertido. Parece segura en personas con tratamiento inmunomodulador o inmunosupresor, personas con enfermedades inmunosupresoras y pacientes con trasplante de visceras macizas y células madre hematopoyéticas; sin embargo, en los trasplantes de células madre solo se debe aplicar una dosis de refuerzo una vez que se recupere la inmunidad. En los pacientes con infección por el VIH con un recuento de células CD4+ superior a 200 células/mm3 no se produjo un aumento del riesgo de eventos adversos por la vacuna antiamarílica. Los protocolos de vacunación contra la alergia al huevo parecen proporcionar una forma segura de vacunar a estos pacientes. Conclusiones La seguridad de la vacuna antiamarílica se ha confirmado sobre la base de muchas campañas de vacunación y múltiples estudios. Los eventos adversos parecen ser más frecuentes después de la dosis inicial, principalmente en los grupos de riesgo. No obstante, en esta revisión se evaluó la vacuna antiamarílica en varios grupos de riesgo y se encontró que es segura en la mayoría de ellos.